Código
RCO-02
Área Técnica
Cirurgia Refrativa
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE
Autores
- MARIA ISABEL BEZERRA MONTEIRO (Interesse Comercial: NÃO)
- Stéphanie Leite Pessoa de Athayde Regueira (Interesse Comercial: NÃO)
- Marcelo Victor Ferreira Gurgel (Interesse Comercial: NÃO)
Título
CERATITE CENTRAL TOXICA: COMPLICAÇAO RARA DE LASIK
Objetivo
Ressaltar uma complicação rara da cirurgia refrativa pelo método laser in situ ceratomileuse (LASIK), a ceratite central tóxica, e destacar a importância do pós-operatório e do diagnóstico precoce para resolução de quadros oculares.
Relato do Caso
Homem submetido a LASIK para correção do astigmatismo miópico composto. A partir do 7º dia pós-operatório (DPO), foi relatada uma baixa acuidade visual acentuada bilateralmente, sendo constatado à biomicroscopia uma ceratite intersticial difusa em ambos os olhos, mais acentuada no olho direito; A acuidade visual para longe (AVL (S/C)) era 20/100. Prescreveu-se acetato de prednisona a 1% de 3/3 h e prednisolona 40mg 1 vez ao dia, por 9 dias. No 12° DPO apresentou AVL (S/C) 20/40, mantendo-se a conduta. A partir do 15° DOP permaneceu com acetato de prednisona a 1% 4 vezes ao dia, até o 64° DOP, onde a AVL (S/C) atingiu 20/20, seguindo apenas com lubrificante ocular e acompanhamento por 4 meses, desfecho que permitiu o diagnóstico de ceratopatia central tóxica (CCT).
Conclusão
O LASIK é um método seguro, mas complicações podem surgir como a CCT. Apresenta opacificação corneana amorfa central ou paracentral com estrias associadas, caráter não inflamatório, com perda estromal e desvios hipermétricos com início de 3 a 9 DPO. O uso de esteróides tópicos no tratamento da ceratite lamelar difusa (CLD), que pode preceder ou coexistir com a CCT, prejudicam o prognóstico desta, ao inibir a reconstrução da matriz celular ocular. Recomenda-se o uso de esteróides na CLD enquanto a opacificação estiver presente, pois este na CCT não traz benefícios e expõe o paciente a efeitos colaterais. Sabe-se que a opacidade na CCT desaparece sem intervenção e o monitoramento regular do paciente faz-se eficiente. Dessa forma, é necessário enfatizar o acompanhamento pós-operatório regular e a necessidade de um diagnóstico correto e precoce da CCT, visto que a utilização de medicamentos não recomendados pode trazer riscos ao paciente, junto a uma conduta expectante e resolução de patologias associadas, como a CLD.