Código
RC096
Área Técnica
Oculoplástica
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Hospital de Clínicas de Porto Alegre
Autores
- VINÍCIUS NUNES CABRAL (Interesse Comercial: NÃO)
- Fernando Procianoy (Interesse Comercial: NÃO)
- Thais Saorin Conte (Interesse Comercial: NÃO)
Título
FASCIITE NODULAR PERIOCULAR: RELATO DE CASO
Objetivo
Relatar caso de fasciíte nodular periocular em criança de 9 meses de idade.
Relato do Caso
Paciente feminina, preta, 9 meses de idade, apresentando volumosa massa nodular firme e pouco móvel na pálpebra superior direita surgida aos 3 meses com crescimento progressivo, causando oclusão completa da fenda palpebral. Exame de ressonância magnética evidenciou lesão expansiva ovalada heterogênea, medindo 3,5 x 3,0 x 2,5 cm, localizada no espaço pré-septal. Foi submetida à excisão cirúrgica completa da lesão através de incisão no sulco palpebral, sem intercorrências. O exame anatomopatológico evidenciou neoplasia mesenquimal de células fusiformes com moderada celularidade, atipia focal e algumas figuras de mitose, sugestivo de fasciíte nodular, hipótese corroborada por painel imuno-histoquímico. Evoluiu com redução progressiva do edema e liberação do eixo visual; atualmente, a paciente segue em acompanhamento e realiza tratamento com oclusor em olho esquerdo devido ao risco de ambliopia.
Conclusão
Fasciíte nodular é um processo pseudosarcomatoso, cujo acometimento palpebral é raramente descrito na literatura. O processo é benigno, de causa desconhecida, que costuma apresentar crescimento rápido e evolução favorável após remoção cirúrgica, sendo atípico o comportamento invasivo de estruturas adjacentes, bem como a sua recorrência. No caso da paciente, o tumor restringiu-se à área pré-septal, e sua remoção cirúrgica completa é diagnóstica e terapêutica. Sua ocorrência é mais frequente no tronco e extremidades superiores, sendo raras as descrições na região periocular, e, particularmente, na pálpebra superior. Na histopatologia, é imprescindível o reconhecimento e a diferenciação dessa entidade com outros sarcomas, evitando-se, assim, erros diagnósticos e terapias desnecessárias. Ademais, nos casos de apresentação palpebral em crianças pequenas, o atraso terapêutico implica em risco de ambliopia.