Código
RC165
Área Técnica
Retina
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Instituto de Previdência Servidores de MG (IPSEMG)
Autores
- MURILO CARLOS COSTA GOMES (Interesse Comercial: NÃO)
- João Rocha Mafra (Interesse Comercial: NÃO)
Título
ESTRIAS ANGIOIDES: CORRELAÇAO ENTRE OS ACHADOS NA FUNDOSCOPIA E EXAMES DE IMAGEM.
Objetivo
Mostrar a correlação dos achados na fundoscopia de estrias angioides com a retinografia e angiografia fluorescente.
Relato do Caso
Paciente VPD, mulher, 53 anos, sem comorbidades, comparece para consulta oftalmológica de rotina, sem queixas. Ao exame: AVcc de 20/20 em AO. Biomicroscopia sem alterações. PoAo 13 mmHg (11:00). Fundoscopia: apresentava em AO meios transparentes, disco óptico (DO) corado, áreas marrom-acinzentadas de contornos irregulares dispostas de forma radial em área de feixe papilo-macular, escavação, mácula e vasos fisiológicos. Solicitado retinografia colorida e angiografia fluorescente, que mostraram achados característicos de estrias angióides (EA), corroborando com a fundoscopia. Paciente assintomática, mantida em acompanhamento periódico. Principais achados nas imagens: Retinografia: borramento focal da margem superior do DO, com hemorragias raras e discretas na camada de fibras nervosas adjacentes, múltiplas bandas lineares, marrom-acinzentadas, de contornos irregulares dispostas de forma radial a partir do DO, associadas a áreas de hipopigmentação retiniana, fino pontilhado em aspecto “peu d`orange”. Angiografia fluorescente: hipofluorescência precoce por defeito em janela, acompanhando lesões lineares partindo do DO.
Conclusão
As EA, nomeadas assim pela semelhança com os vasos sanguíneos da retina, ocorrem por alterações distróficas na membrana de Bruch secundárias a uma fragilidade anormal de seu tecido elástico. São visíveis a partir do final da adolescência ou na terceira década de vida. Idiopáticas em 50% dos casos, no restante podem estar associadas a doenças como pseudoxantoma elástico, doença de Paget, doença de Ehlers-Danlos e hemoglobinopatias. Complicações como neovasos e hemorragias podem levar a baixa da acuidade visual permanente se não forem abordadas de maneira precoce. Portanto, mesmo sendo um achado ocasional, é importante o acompanhamento periódico.