Código
RC207
Área Técnica
Retina
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Hospital das Forças Armadas
- Secundaria: Instituto de Olhos Ciências Médicas de Minas Gerais
Autores
- LUCAS MARTINS MAGALHAES (Interesse Comercial: NÃO)
- Larissa Lima Magalhães (Interesse Comercial: NÃO)
- Silvana Vilas Boas Safar (Interesse Comercial: NÃO)
Título
SINDROME DE SUSAC: UM DESAFIO INTERDISCIPLINAR
Objetivo
Relatar o caso de uma paciente portadora de Síndrome de Susac apresentando a tríade clínica completa.
Relato do Caso
Paciente do sexo feminino, 45 anos, parda, hipertensa, com história pregressa de perda visual súbita no olho direito (OD) há 11 anos, atribuída a oclusão da arteria central da retina. Relata que o quadro foi antecedido por episódios de vertigem, vômitos, cefaleia leve, hipoacusia progressiva no ouvido esquerdo e déficit de memória. A avaliação oftalmológica revelou uma acuidade visual corrigida (AVC) de movimentos de mãos no OD e 20/20 no olho esquerdo (OE). Os segmentos anteriores de ambos os olhos eram normais. À fundoscopia do OD detectou-se presença de oclusões antigas de vários ramos arteriais com embainhamento vascular segmentar e palidez papilar difusa. A angiografia fluoresceínica confirmou a presença de sequelas da oclusão da artéria central da retina. À ressonância magnética de crânio (RM) apresentou diminutos focos puntiformes esparsos de alteração de intensidade de sinal acometendo a substância branca subcortical de ambos os hemisférios cerebrais. Na avaliação audiométrica verificou-se perda auditiva neurossensorial assimétrica, predominantemente à esquerda, para as baixas frequências. Realizada investigação sistêmica, que descartou etiologia pró-trombótica ou infecciosa. Diante dos achados, foi estabelecido o diagnóstico de Síndrome de Susac. Optou-se por tratamento conservador. A paciente encontra-se estável do ponto de vista oftalmológico.
Conclusão
A síndrome de Susac é caracterizada pela tríade: encefalopatia, oclusões arteriais da retina e perda de audição neurossensorial e o seu diagnóstico constitui um desafio interdisciplinar. Para tal, é importante um alto grau de suspeição clínica em qualquer paciente com um ou mais dos componentes da tríade clínica, juntamente com os achados típicos na RM, audiometria e angiografia fluoresceínica. O diagnóstico precoce e o início do tratamento multidisciplinar são importantes para impedir a progressão da doença e prevenir sequelas irreversíveis, como apresentadas pela paciente.