Sessão de Relato de Caso


Código

RC174

Área Técnica

Retina

Instituição onde foi realizado o trabalho

  • Principal: Instituto de Olhos Ciências Médicas de Minas Gerais

Autores

  • GABRIELA GONTIJO VIEIRA (Interesse Comercial: NÃO)
  • Lucas Martins Magalhães (Interesse Comercial: NÃO)
  • Denise Matos Takahashi (Interesse Comercial: NÃO)

Título

LESAO DE CRISTALINIANA ACIDENTAL DURANTE IMPLANTE DE OZURDEX®

Objetivo

Relatar caso de uma paciente com implante intracristaliniano de Ozurdex.

Relato do Caso

Paciente N.M.S, Feminina, 70 anos, hipertensa e diabética, com queixa de BAV em ambos os olhos (AO). Panfotocoagulada 1 ano antes. Biomicroscopia: córnea sem alterações, catarata nuclear e subcapsular inicial em AO. Mapeamento de retina: numerosas microhemorragias, hemorragias discoides, exsudatos duros maculares e marcas de laser nos quatro quadrantes AO. Acuidade visual corrigida (AVC) de 20/70 olho direito (OD) e 20/50-2 olho esquerdo (OE). Pressão intraocular (PIO): 13mmHg OD e 17 mmHg OE. À angiofluoresceinografia e tomografia de coerência óptica evidenciou retinopatia diabética panfotocoagulada com edema macular. Fora submetida a implante de dexametasona (Ozurdex) no OD. No pós-operatório, paciente retorna com queixa de BAV. Biomicroscopia: córnea sem alterações, presença do implante de Ozurdex em saco capsular e piora da catarata subcapsular posterior OD. AVC de conta dedos a 2 metros e PIO de 20mmHg OD. Prescrito timolol e indicado facoemulsificação OD. Ao ato intraoperatório, visualizada rotura de cápsula posterior, realizada remoção de implante de Ozurdex, facectomia, capsulorhexis posterior, implante de lente intraocular (LIO) no sulco ciliar e vitrectomia anterior. Em 7º dia pós-operatório imediato paciente evoluiu com AVC de 20/40.

Conclusão

O implante de dexametasona tem como complicação rara a lesão cristaliniana, e possivelmente ocorre em decorrência de anteriorização durante o processo de injeção. A migração do implante para câmara anterior é um fato incomum, com maior incidência em pacientes afácicos, pseudofácicos e vitrectomizados. Quando essa complicação ocorre deve-se atentar à elevação da PIO, formação de catarata, toxicidade do endotélio corneano e piora do edema macular. A conduta em caso de lesão cristaliniana é cirúrgica, com a remoção do implante, realização de facoemulsificação, implante de LIO, se possível, em sulco ciliar e vitrectomia anterior quando necessário.

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