Código
RC028
Área Técnica
Doenças Sistêmicas
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Hospital Federal da Lagoa
Autores
- LETICIA PITTA MANHAES (Interesse Comercial: NÃO)
- JOSE MAURICIO TEIXEIRA JUNIOR (Interesse Comercial: NÃO)
- RENAN MEDINA RODRIGUES ROCHA (Interesse Comercial: NÃO)
Título
ACOMETIMENTO OCULAR NA NECROLISE EPIDERMICA TOXICA EM PACIENTE PEDIATRICO – RELATO DE CASO
Objetivo
Relatar um caso de Necrólise Epidérmica Tóxica (NET) de causa medicamentosa com acometimento ocular.
Relato do Caso
Paciente feminina, 5 anos, hospitalizada devido a quadro de lesões dermatológicas e secreção ocular bilateral após uso de Azitromicina e Cetoprofeno orais e Tobramicina tópica. Ao exame ocular bilateral: lesões descamativas e necróticas em pálpebras, madarose, conjuntivas hiperemiadas com membranas aderidas e secreção mucopurulenta, sem sinal de simbléfaro, desepitelização corneana circular central de grande extensão, íris e cristalino sem alterações e pupilas fotorreagentes. Foi colocada lente de simbléfaro com furo único ambos olho (AO) e realizados diariamente: limpeza ocular, colírio lubrificante a base de hialuronato de sódio, colírio a base de ciprofloxacino + dexametasona, pomada antibiótica e reepitelizante a base de acetato de retinol, aminoácidos, metionina e cloranfenicol e gel a base de dexpantenol. Paciente evoluiu com melhora significativa após 7 dias, com alta hospitalar após 22 dias de internação, utilizando o mesmo colírio e pomada lubrificantes. Após alta a paciente iniciou acompanhamento oftalmológico ambulatorial. Apresentou acuidade visual corrigida de conta dedos a 5 metros em olho direito e 20/200 em olho esquerdo, triquíase superior e inferior AO, ceratite puntata AO, ectrópio cicatricial em olho direito, sem simbléfaro AO.
Conclusão
A NET é uma doença sistêmica que acomete principalmente pele e mucosas, devido a hipersensibilidade tardia, em sua maioria mediada por fármacos. Na fase aguda podem ocorrer madarose, conjuntivite, membranas e pseudomembranas palpebrais, ceratopatia, úlceras corneanas e simbléfaro. Na fase tardia entrópio ou ectrópio cicatricial, triquíase, ceratopatias, olho seco grave e baixa visão são frequentes. Nota-se que o quadro ocular possui caráter grave e prognóstico reservado, sendo necessário após o manejo inicial, acompanhamento ambulatorial regular, uso contínuo de colírios e possíveis procedimentos cirúrgicos.