Código
RC100
Área Técnica
Oculoplástica
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Instituto de Previdência Servidores de MG (IPSEMG)
Autores
- VITOR HUGO CAMARGO (Interesse Comercial: NÃO)
- ALICE PURRI COELHO E SOUSA (Interesse Comercial: NÃO)
- THAIS PAES BARRETO (Interesse Comercial: NÃO)
Título
RELATO DE CASO: CARCINOMA DE GLANDULAS SEBACEAS E A SINDROME MASCARADA
Objetivo
Descrever caso de carcinoma de glândulas sebáceas (CGS) apresentado e tratado inicialmente como condição benigna das pálpebras, ressaltando a importância da suspeição diagnóstica.
Relato do Caso
OMA, 72 anos, feminino, atendida em oftalmologia geral em 2016 com queixas de ardência, irritação e secreção ocular unilateral em OE. Tratada por 2 anos como blefarite, sem melhora, chegando ao serviço de plástica ocular do IPSEMG para avaliação. Ao exame, AV 20/20 AO com melhor correção, com a seguinte biomicroscopia: hiperemia conjuntival tarsal superior, espessamento de margem e edema palpebral superior esquerda (PSE), concreções em base dos cílios e meibomite. Suspenso o tratamento em curso, realizada biópsia incisional em espessura total em PSE, com resultado de carcinoma in situ. Seguiu-se a exérese da lesão em espessura e extensão total do tarso com margens de segurança, com diagnóstico de CGS e margens livres. Em seguimento com oncologia e oculoplástica, em janeiro de 2021 apresentou queixa de dor intensa em canto lateral e pálpebra inferior à esquerda. Nova biópsia confirmou recidiva, seguindo para retirada cantal em espessura total com margens. Novo resultado mostrou comprometimento de margens conjuntivais (tarsal e bulbar), com retirada de conjuntivas tarsal superior e inferior e bulbar laterais, com enxerto de mucosa labial para cobertura de defeito extenso. Com margens livres e resultado satisfatório, paciente aguarda terapia adjuvante.
Conclusão
CGS é uma neoplasia rara altamente maligna. Conhecido como "grande mascarado", é comumente confundido com condições benignas (como blefarite ou calázio) ou outras neoplasias, o que pode levar a atraso diagnóstico e aumento de morbidade e mortalidade, sendo comum a recorrência e presença de metástases. Esse caso vem reafirmar a importância da suspeita diagnóstica dessa condição potencialmente fatal, principalmente em pacientes diagnosticados e tratados para condições benignas com apresentações atípicas ou recorrentes, sem melhora com tratamento adequado, bem como pronta instituição do manejo correto.