Código
RC120
Área Técnica
Oncologia Ocular
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Faculdade de Medicina da Fundação Universidade do ABC
Autores
- DAFNE FERNANDES MACHADO (Interesse Comercial: NÃO)
- GIOVANA CAPECCI SIQUEIRA (Interesse Comercial: NÃO)
- PRISCILLA BALLALAI BORDON (Interesse Comercial: NÃO)
Título
OSTEOMA DE COROIDE: RELATO DE DOIS CASOS
Objetivo
Relatar 2 casos de osteoma de coroide acompanhados em hospital escola e que inicialmente foram confundidos com outras doenças.
Relato do Caso
Caso 1: Paciente do sexo masculino, 74 anos, encaminhado por baixa acuidade visual (BAV) em olho direito (OD) há dois anos. Paciente referia 4 injeções intravítreas (IV) em serviço externo. Ao exame: acuidade visual com melhor correção (AVcc) de conta dedos a 10 cm em OD e 20/40 em olho esquerdo (OE), à biomicroscopia, catarata nuclear 2+ e subcapsular posterior de 3+ em OD e catarata nuclear 2+ em OE. A fundoscopia de OD apresentava meios turvos e uma lesão esbranquiçada macular extensa. Neste momento fez- se a hipótese de degeneração macular relacionada a idade (DMRI). Foi indicada facoemulsificação com implante de lente intra ocular OD. A avaliação multimodal realizada com ultrassom, tomografia de coerência óptica (OCT) e angiofluoresceinografia revelou um osteoma de coroide. Caso 2: Paciente do sexo feminino, 19 anos, com queixa de BAV e metamorfopsia em OE há 1 mês. Referia diagnóstico de hemangioma de coroide há 2 anos, sendo tratada com 2 injeções IV de Bevacizumab. Ao exame: AVcc OD 20/20 e OE: 20/40 com metamorfopsia. Mapeamento de retina evidenciou lesão amarelo-alaranjada com bordos irregulares, junto ao nervo óptico e se estendendo para arcada temporal superior, poupando a mácula. O exame de ultrassom demonstrou área de alta refletividade na parede ocular, causando sombreamento posterior, sugestiva de calcificação. O OCT revelou linhas hiper refletivas na coroide, atrofia de fotorreceptores e compressão da coroide na área correspondente à lesão, com descolamento seroso macular. A hipótese diagnóstica foi de osteoma de coroide associado a descolamento seroso macular. A paciente foi tratada com uma injeção IV de Bevacizumab, com melhora da visão e do descolamento seroso.
Conclusão
O osteoma de coroide é um tumor raro e benigno e frequentemente é confundido com outras lesões, por isso é importante uma avaliação multimodal, principalmente com ultrassom de baixo ganho para confirmação diagnóstica.