Código
RC026
Área Técnica
Córnea
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Instituto CEMA de Oftalmologia e Otorrinolaringologia
Autores
- JOAO PEDRO CANTUSIO TEIXEIRA LEITE (Interesse Comercial: NÃO)
- Wilson Nahmatallah Obeid (Interesse Comercial: NÃO)
- Luiz Antonio Vieira (Interesse Comercial: NÃO)
Título
UM RELATO DE CASO - ULCERA NEUROTROFICA BILATERAL EM DECORRENCIA DE QUADRO DE AMILOIDOSE SISTEMICA
Objetivo
Relatar um caso de acometimento oftalmológico secundário à quadro sistêmico de Amiloidose;
Relato do Caso
IFS, masculino, branco, 38 anos, procura nosso pronto atendimento queixando-se de baixa acuidade visual em ambos os olhos há 01 mês. Negava hipertensão arterial e diabetes. Paciente informava apresentar disfunção renal, em investigação. Ao exame paciente apresentava perda de sensibilidade periférica em membros superiores e ao exame oftalmológico acuidade visual com melhor correção de 20/100 em olho direito e 20/40 em olho esquerdo. À biomicroscopia anterior apresentava em ambos os olhos pálpebras e cílios sem alterações, conjuntiva hiperemiada 2+/4, lesão ulcerada superficial de tamanho 12mm x 1mm olho direito e 10mm x 1mm olho esquerdo, localizada na região paracentral inferior com margens sobrelevadas e com neovasos superficiais e profundos (predominância superficial), ceratite puntata difusa, câmara anterior ampla e sem reação, fácico. Ao exame detectou-se quadro de hipoestesia cornena bilateral. Iniciado tratamento com acetato de prednisolona 0,12%, lubrificante sem conservante tópicos e doxiciclina via oral. Realizado acompanhamento semanal e investigação de patologia sistêmica associada. Durante seguimento do paciente foi necessária a realização de tarsorrafia bilateral, com melhora importante do quadro. Fora solicitado biópsia de Medula Óssea aventando hipótese de Mieloma Múltiplo, que foi descartada. Posteriormente solicitou-se Biópsia Renal guiada por ultrassonografia na qual a pesquisa imuno-histoquímica de material amilóide pelo Vermelho Congo resultou positiva, concluindo diagnóstico de Amiloidose Sistêmica;
Conclusão
Concluímos que mesmo a córnea não sendo o sítio ocular mais prevalente de acometimento em pacientes com Amiloidose Sistêmica e que dentre as patologias corneanas vinculadas a doença o acometimento clássico seja a distrofia lattice e suas derivações, ao tratarmos um paciente com quadro de úlcera neurotrófica bilateral com hipoestesia corneana, devemos sempre pensar em Amiloidose Sistêmica como diagnóstico diferencial.