Título

CERATITE INFECCIOSA COM INTOXICAÇAO ENDOTELIAL APOS FERROADA DE ABELHA DOCUMENTADA POR OCT DE SEGMENTO ANTERIOR – RELATO DE CASO

Objetivo

Relatar um caso com desfecho favorável de uma lesão corneana após ferroada de abelha e documentar a evolução por Tomografia de Coerência Óptica (OCT) de segmento anterior.

Relato do Caso

Paciente, 26 anos, masculino, natural de Condeúba-BA, atendido em um centro oftalmológico do sudoeste baiano 24 horas após ferroada de abelha em olho direito (OD). À admissão: acuidade visual (AV) de conta dedos à um metro em OD e 20/20 em olho esquerdo (OE). Na biomicroscopia do OD observou-se edema palpebral, hiperemia conjuntival 2+, localizado ferrão da abelha com transfixação total das camadas corneanas, fluoresceína positiva 1mm subjacente ao ponto de entrada sem sinais de necrose e edema difuso estromal 2+ com dobras na Descemet. Olho esquerdo sem alterações. Na OCT de segmento anterior do OD foi possível visualizar descompensação corneana com edema estromal e desorganização estrutural do endotélio. Foi levantada a hipótese de Ceratite infecciosa com disfunção endotelial por intoxicação. A remoção do ferrão e lavagem para remoção do veneno foram feitas via câmara anterior sob sedação. No pós-operatório foram prescritos os colírios de Moxifloxacino, Hialuronato de Sódio, Atropina e Prednisolona, além de corticoide sistêmico. Paciente evoluiu no décimo quinto dia de pós-operatório com melhora significativa da acuidade visual (20/30 em OD), regressão do edema e reacomodação endotelial. Paciente mantém acompanhamento oftalmológico e encontra-se assintomático.

Conclusão

A picada de insetos da classe hymenoptera na região ocular pode causar graves complicações. A abordagem precoce com remoção do ferrão e lavagem da câmara anterior colaboram para um desfecho favorável em alguns casos. A OCT de segmento anterior é indicada para diagnóstico, auxilia a escolha da melhor abordagem terapêutica, além de ser usada no acompanhamento do paciente nessas situações.