Sessão de Relato de Caso


Código

RC219

Área Técnica

Uveites / AIDS

Instituição onde foi realizado o trabalho

  • Principal: Santa Casa de Misericórdia de Curitiba

Autores

  • ERIC VIEIRA (Interesse Comercial: NÃO)
  • ISADORA ANTUNES (Interesse Comercial: NÃO)
  • LÉA GRUPENMACHER IANKILEVICH (Interesse Comercial: NÃO)

Título

ALTERAÇOES OFTALMOLOGICAS COMO PRIMEIRAS MANIFESTAÇOES DA DOENÇA DE BEHÇET: RELATO DE CASO.

Objetivo

Relatar o caso de um paciente cujas alterações oftalmológicas foram as primeiras manifestações da doença de Behçet.

Relato do Caso

J.A.S.J., 30 anos, sexo masculino. Paciente procura consulta oftalmológica devido dor ocular e embaçamento visual à direita iniciados há 01 dia. Ao exame, apresentava neste olho acuidade visual (AV) de 20/30, além de uveíte anterior, e hemorragias e exsudatos retinianos sobrepostos à avaliação fundoscópica (figura 1 - Daytona). Iniciado tratamento com corticoesteroide tópico, colírio midriático, e solicitados exames para investigação etiológica. No retorno, apresentava AV de 20/300 e melhora da uveíte anterior. Evidenciava-se também, inflamação vítrea e piora da exsudação retiniana. Trouxe exames, os quais indicavam aumento de VHS e resultados positivos para FAN nuclear e HLA-B51. Devido alta suspeita para doença de Behçet (DB), prescrito Prednisona e Metotrexate, em decisão conjunta com reumatologista. 60 dias após introdução da medicação, a AV era de 20/20 em ambos os olhos, com remissão completa dos achados vitreorretinianos (figura 2 – Daytona). Alguns meses depois, no seguimento, o paciente veio a apresentar úlceras orais e lesões cutâneas, completando os critérios diagnósticos para DB.

Conclusão

A DB é uma afecção inflamatória multissistêmica caracterizada por vasculite oclusiva imunomediada. Geralmente acomete adultos jovens, com idade média de início entre 25 e 30 anos, com distribuição semelhante entre os sexos. A presença do HLA-B51 é o fator genético de maior susceptibilidade à doença. Alterações oftalmológicas estão presentes em aproximadamente 60-80% dos pacientes, caracterizando-se por uveíte anterior, vitreíte, retinite e vasculite retiniana. A presença de sinais extra-oculares, como úlceras orais e genitais, eritema nodoso e artrite deve ser ativamente investigada em pacientes com suspeita da patologia. O tratamento é realizado com corticoides e imunossupressores, sendo fundamental o acompanhamento conjunto com médico reumatologista para melhor seguimento do caso.

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