Código
RC041
Área Técnica
Estrabismo
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: INSTITUTO DE OLHOS CIÊNCIAS MÉDICAS-IOCM
Autores
- MARCELA ALVES MORAIS VANAZZI (Interesse Comercial: NÃO)
- DEBORAH CRISTINA DA SILVA CARDOSO (Interesse Comercial: NÃO)
- MARIANA DE CARVALHO BARBOSA (Interesse Comercial: NÃO)
Título
EXOTROPIA COMO COMPLICAÇAO CIRURGICA DE EXERESE DE PTERIGIO RECIDIVADO: RELATO DE CASO
Objetivo
Relatar um caso de lesão do músculo reto medial após exérese de pterígio recidivado.
Relato do Caso
Paciente masculino, 65 anos, procura serviço oftalmológico com história de cirurgia prévia de Pterígio (PT) no OD há vários anos. Ao exame oftalmológico: AV (c/c) OD: 20/20 e OE: 20/20P (J1); Motilidade ocular: versões normais; Cover test: ortoforia; Pressão intraocular: 10 mmHg em AO. À Biomicroscopia em AO: córnea com PT nasal grau II, cristalino com catarata nuclear 1+/4+, demais estruturas sem alterações. À Fundoscopia em AO: sem alterações. Foi encaminhado ao setor de Oculoplástica e submetido à cirurgia de PT com autoenxerto conjuntival no OD, sem intercorrências. No 3° DPO evoluiu com exotropia (XT) no OD e queixa de diplopia. Foi encaminhado ao setor de Estrabismo e ao exame apresentava: restrição (-3) de músculo reto medial direito (RMD); Cover test com prisma em posição primária do olhar (PPO): XT 50 DP. Foi indicada cirurgia para abordagem exploratória pela suspeita de lesão iatrogênica do músculo RMD. Na cirurgia, o RMD foi identificado a 10 mm do limbo nasal. Realizado avanço do mesmo para 5 mm do limbo, associado ao recuo de 7 mm do músculo reto lateral direito. No 7° DPO apresentava-se em ortotropia e sem diplopia, mantendo-se no 37° DPO.
Conclusão
A cirurgia de PT recidivado é uma cirurgia complexa que pode levar a diversas complicações, tais como: perfuração do globo ocular, dellen escleral e desinserção inadvertida de um músculo extraocular, no entanto, as complicações cirúrgicas são raras. O PT recidivado pode sofrer uma reação fibrótica importante e sua adesão pode se estender até 10 mm do limbo, estando firmemente fixado à inserção e à porção anterior do músculo RM. Neste caso, é aconselhável expor o RM com um gancho de estrabismo para localizar sua inserção, antes de separar o pterígio da esclera além de 4 mm do limbo. Se isso não é realizado, existe o risco de causar uma desinserção total ou parcial do RM. Essa lesão raramente é notada durante o procedimento, mas pode causar XT de grande ângulo e diplopia no pós-operatório.