Código
RC091
Área Técnica
Neuroftalmologia
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Centro Especializado Oftalmológico Queiroz - CEOQ
Autores
- MARCOS TADEU TRINDADE FILHO (Interesse Comercial: NÃO)
- GIOVANNI JUNIO NOGUEIRA MARQUES (Interesse Comercial: NÃO)
- DANILO BOTELHO FERNANDES (Interesse Comercial: NÃO)
Título
SINDROME DE TOLOSA-HUNT EM CRIANÇA: RELATO DE CASO
Objetivo
Apresentar caso de Síndrome de Tolosa-Hunt (STH) em criança, destacando a importância dos critérios diagnósticos e da resposta ao tratamento.
Relato do Caso
Paciente com 9 anos de idade, sexo feminino, apresentava cefaléia e dor retro-orbitaria moderada em olho direito (OD), sem melhora com uso de analgésicos. Após 1 semana, o quadro evoluiu para diplopia binocular e restrição da motilidade ocular do OD. O exame demonstrava acometimento dos 3º, 4º, 5º e 6º pares cranianos. A acuidade visual estava preservada e não havia alteração dos reflexos pupilares. Diante de um quadro de oftalmoplegia dolorosa foi solicitado um amplo espectro de exames diagnósticos, em especial para doenças inflamatórias e/ ou infeciosas, além de exames de imagem. Os exames diagnósticos estavam todos normais, exceto a ressonância magnética das órbitas que evidenciou assimetria de impregnação pelo contraste nos seios cavernosos, maior à direita. Após ampla investigação e sem evidencias de qualquer patologia associada, a paciente foi diagnosticada com STH e iniciado tratamento com prednisona 1mg/kg/dia evoluindo com melhora parcial em 2 dias e melhora total do quadro após 30 dias do uso do corticóide. Após 3 meses apresentou novo episodio de oftalmoplegia dolorosa a direita, novamente com resposta dramática após uso de corticoide. Vem há 6 meses em acompanhamento desde a ultima crise sem apresentar queixas ou novas recidivas.
Conclusão
A STH é uma causa rara de oftalmoplegia dolorosa e ainda não tem uma causa estabelecida. O 1º episódio geralmente acontece após os 40 anos de idade, mas pode iniciar após os 3 anos, portanto, apesar de incomum, a STH deve ser suspeitado em crianças e adolescentes na presença dos critérios publicados pela International Headache Society em 2004. Importante salientar que este é um diagnóstico de exclusão e faz-se necessário a investigação de outras causas de oftalmoplegia dolorosa em todo caso suspeito de STH. É necessário manter o acompanhamento, observando possíveis diagnósticos diferenciais, mesmo após remissão do quadro.