Código
RCO-05
Área Técnica
Glaucoma
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Instituto de Olhos Ciências Medicas
Autores
- MARCOS TULIO DE SOUZA ALVES VIANA (Interesse Comercial: NÃO)
- FREDERICO DE MIRANDA CORDEIRO (Interesse Comercial: NÃO)
- RAQUEL NEZIO DE CARVALHO (Interesse Comercial: NÃO)
Título
RELATO DE CASO: REVERSAL CUPPING APOS TRABECULETOMIA
Objetivo
Relatar e ilustrar um caso de reversal cupping em paciente com glaucoma após trabeculectomia (TREC).
Relato do Caso
Feminino, 63 anos, em acompanhamento semestral devido ao diagnóstico de glaucoma no Instituto de Olhos Ciências Médicas, Belo Horizonte. Em uso de timolol, dorzolamida, e travoprosta em ambos os olhos (AO). Ao exame, apresentava acuidade visual corrigida de 20/20 no olho direito (OD) e 20/32 no olho esquerdo (OE); biomicroscopia com córneas transparentes, câmaras anteriores formadas, amplas e fácica em AO; pressão intraocular (PIO) de 19 mmHg AO; fundoscopia revelava E/D amplas, verticalizadas, com perda da rima temporal inferior, sem hemorragias de disco óptico (DO) AO. A gonioscopia apresentava ângulos abertos. Paquimetria de 490 micra OD e 483 micra OE. Campos visuais sugeriram início de progressão funcional em comparação com exames prévios. Diante do descontrole da PIO, glaucoma avançado e terapia máxima, foi indicado TREC AO. No pós-operatório tardio, apresentava-se olhos calmos, ampola difusa e ampla, pouco vascularizada, ausência de Seidel, PIO de 4 mmHg OD e 5 mmHg OE e fundoscopia com DO bem delimitados, E/D verticalizadas, menores em comparação ao exame pré-operatório, ausência de defeitos localizados, hemorragias peripapilares e/ou dobras de coroide. A aparente melhora do E/D do DO, sem melhora funcional do campo visual, ilustra o quadro de reversal cupping do DO.
Conclusão
A TREC é a cirurgia de eleição para o tratamento de glaucoma, sendo capaz de estabilizar a progressão do dano no disco óptico em caso avançados ou resistentes a terapia tópica. Denomina-se reversal cupping quando há redução no tamanho do disco óptico e da relação escavação/disco. A explicação fisiológica está relacionada aos valores mais baixos da PIO permitirem uma proliferação astrocítica, alteração do fluxo intra e extracelular e aumento do volume intravascular com melhora do fluxo sanguíneo promovendo a redução na tensão da lâmina crivosa. Geralmente está associada com cirurgias que respondem a uma redução de 25% ou mais no valor basal da PIO.