Código
RC020
Área Técnica
Córnea
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Hospital oftalmológico Visão Laser
Autores
- NATHALIA PERUSSI GARCIA (Interesse Comercial: NÃO)
- Marcello Novoa Colombo Barboza (Interesse Comercial: NÃO)
- Luiz Antonio de Brito Martins (Interesse Comercial: NÃO)
Título
“OLHOS AZUIS”: OS IMPACTOS DO IMPLANTE COSMETICO DE IRIS NA SAUDE OCULAR
Objetivo
Relatar um caso de explante de prótese iriana cosmética após complicar com hipertensão ocular e descompensação corneana em ambos os olhos (AO)
Relato do Caso
Mulher, branca, 33 anos. Queixa de embaçamento visual e dor em olho esquerdo (OE) há 3 meses. Relata ter feito implante de íris artificial para fins estéticos na Tunísia em 2015. Permaneceu assintomática desde então e há 3 meses iniciou quadro de embaçamento visual e leve dor em OE. Ao exame ocular: AVcc 20/40 e 20/80. Pressão Intraocular (PIO) 27 e 37 mmHg. Biomicroscopia: prótese de íris azul AO, edema corneano 1/4+ olho direito (OD) (Figura 1A) e 3/4+ OE. Fundoscopia:escavação 0,5-0,5 AO. Introduzido prednisolona 1%, timolol 0,5% e brimonidina 0,2% e programado explante de íris. Paquimetria 545 e 623, microscopia especular 823 células OD e OE não foi possível contagem celular, OCT prótese iriana AO impossibilitando visualização de estruturas posteriores (figura 1B), campo visual ausência de escotomas AO. Após procedimento, apresentou atrofia iriana setorial 3, 5h com discoria 09h e edema corneano 1/4+ OD e atrofia iriana setorial às 2, 4, 9 e 11h, discoria às 08h e edema 1/4+ OE (figura 2 D), gonioscopia: sinéquias 360 AO. Após 60 dias, retornou assintomática, córnea transparente OD e edema 1/4+ OE, AVcc 20/30 AO e PIO 16 e 18mmhg. Segue acompanhamento mensal
Conclusão
Implantes protéticos de íris foram desenvolvidos para tratar patologias, como colobomas, aniridia e defeitos traumáticos. No entanto, há tendência em usá-los estritamente para fins estéticos. Perda visual, uveíte anterior, hipertensão ocular, descompensação corneana e ceratopatia bolhosa são complicações comuns, que se devem a posição próxima entre os implantes e as estruturas intraoculares.A prioridade no tratamento é o explante da prótese a fim de estabilizar os sintomas, embora alguns casos seja necessário intervenção cirúrgica adicional. A falta de acompanhamento a longo prazo e alta taxa complicações associadas ao procedimento para fins estéticos faz com deva ser desestimulado por médicos e reconsiderado pelos pacientes.