Sessão de Relato de Caso


Código

RC198

Área Técnica

Retina

Instituição onde foi realizado o trabalho

  • Principal: Universidade Estadual de Londrina

Autores

  • MARCELLA REGINA GANHO SOUZA (Interesse Comercial: NÃO)
  • Thalia Macaris (Interesse Comercial: NÃO)
  • Beatriz Iris dos Santos (Interesse Comercial: NÃO)

Título

RETINOPATIA ESCLOPETARIA - RELATO DE CASO

Objetivo

Relatar um caso de retinopatia esclopetária após trauma por ferimento por arma de fogo (FAF) em órbita a esquerda, tendo em vista sua relevância epidemiológica.

Relato do Caso

Feminino, 18 anos, encaminhada ao serviço devido a queixa de baixa acuidade visual progressiva em olho esquerdo (OE) após ferimento por arma de fogo em região infraorbitária há 20 dias. Negava comorbidades ou patologias oculares prévias. Ao exame físico apresentou hematoma periorbitário discreto em OE, enoftalmia, pupila médio fixa OE e fotorreagente OD, além de defeito pupilar aferente relativo em OE. Acuidade visual de movimento de mãos e nem J6 em OE, sem melhora com a melhora correção e 20/20 em olho direito (OD). Realizada campimetria que mostrou perda de campo visual inferior e temporal em OE. Motilidade extraocular de OE com limitação da infraversão e supraversão à abdução. Tonometria com pressão intraocular de 10 mmHg em OD e 6 mmHg em OE. Fundoscopia OE mostrou hemorragia temporal inferior extensa e palidez de papila, associada a fibrose difusa inclusive em mácula. Ultrassonografia de globo ocular não evidenciou descolamento de retina. Demais exames sem alterações. Em discussão clínica, diante dos achados em anamnese e exame físico, fechou-se diagnóstico de retinopatia esclopetária, também chamada de ruptura coriorretiniana. Submetida à avaliação no ambulatório de estrabismo, porém não indicado correção cirúrgica devido ao comprometimento dos músculos oblíquo superior e reto inferior no trauma. Paciente segue em acompanhamento no ambulatório de retina em vigilância para complicações tardias.

Conclusão

A retinopatia esclopetária é uma patologia de etiologia não inflamatória, que surge após lesão com projétil em alta velocidade que atinge a órbita. É desencadeada pela deformação rápida do globo ocular e um súbito aumento na força de tensão das estruturas da retina e coroide, levando a ruptura destes tecidos para expor a esclera. O prognóstico visual é usualmente reservado. O tratamento não é consensual, podendo ser adotado conduta conservadora ou cirúrgica precoce.

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