Código
RC125
Área Técnica
Órbita
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Hospital de Clínicas de Porto Alegre
Autores
- ARAE RIGAO DE OLIVEIRA (Interesse Comercial: NÃO)
- FERNANDO PROCIANOY (Interesse Comercial: NÃO)
Título
METASTASE ORBITARIA DE ADENOCARCIONA COLORRETAL - RELATO DE CASO.
Objetivo
Relatar caso de adenocarcinoma colorretal apresentando metástase para órbita.
Relato do Caso
Paciente feminina, 72 anos, encaminhada pelo serviço de oncologia devido a proptose à esquerda e baixa de acuidade visual há cerca de 1 mês. Histórico de glaucoma, com amaurose de olho direito. Diagnóstico de adenocarcinoma de reto alto com metástases hepáticas há 10 meses, em quimioterapia paliativa com Capecitabina via oral, não realizando endovenosa por desejo de paciente. Realizada tomografia computadorizada de órbita que evidenciou lesão expansiva extraconal na órbita esquerda, medindo 3,0x1,9cm associada a osteólise do osso frontal/teto da órbita e zigoma à esquerda, com extensão para interior do seio frontal esquerdo (Figuras 1 e 2). Foi realizada biópsia incisional lesão através de incisão no sulco palpebral, com anatomopatológico confirmando metástase de adenocarcinoma de origem colorretal. Durante a internação, exame de cintilografia sugeriu acometimento ósseo, linfonodal e adrenal. Radioterapia foi contraindicada por parte da oncologia por risco de perda visual no olho único. Paciente manteve acompanhamento ambulatorial com tratamento paliativo, vindo a falecer 2 meses após diagnóstico de metástase orbitária.
Conclusão
Apesar do carcinoma colorretal ser uma neoplasia frequente, com fígado, peritôneo e pulmão sendo os principais locais de metastatização, raramente apresenta metástases na região orbitária, sendo descritos na literatura menos de 20 casos com tal associação. Tal raridade parece estar relacionada ao longo trajeto da circulação sistêmica até chegar à órbita, sendo comum o diagnóstico de outros focos tumorais junto com o diagnóstico orbitário. Apesar da opção de tratamento por quimioterapia paliativa e radioterapia local, o prognóstico é reservado, com sobrevida média menor que 1 ano após o diagnóstico, provavelmente resultado de doença amplamente metastática no momento da apresentação orbitária.