Sessão de Relato de Caso


Código

RC086

Área Técnica

Neuroftalmologia

Instituição onde foi realizado o trabalho

  • Principal: Hospital Federal dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro

Autores

  • PEDRO FARIA SILVEIRA (Interesse Comercial: NÃO)
  • Anna Melichar (Interesse Comercial: NÃO)
  • Amanda Gomes e Silva (Interesse Comercial: NÃO)

Título

QUADRANTOPSIA HOMONIMA INFERIOR A ESQUERDA ("PIE ON THE FLOOR") APOS AVC ISQUEMICO

Objetivo

Relatar um caso oftalmológico em que através de uma simples queixa visual do paciente, foi possível imaginar a topografia da lesão existente na via óptica e confirma-la através de exame complementares subsequentes.

Relato do Caso

LCB, 63 anos, sexo masculino , hipertenso, diabético (não insulino dependente) é atendido com queixa de alteração no campo visual periférico bilateral. Relata que já apresentou 2 acidentes de carro após o início dos sintomas. Afirma que tal quadro iniciou-se após ficar internado por 15 dias no CTI , devido a um diagnóstico de convulsão associado a hiponatremia, um mês antes da consulta. Comenta que na época, fez uma TC com resultado normal. Negou paresias ou perda de sensibilidade. Apresenta ao exame oftalmológico: acuidade visual com correção de 20/30 em ambos olhos, PIO:13/14mmHg, biomicroscopia e fundoscopia: sem alterações AO. Reflexo fotomotor pupilar preservado AO. Campimetria por confrontação alterada. Solicitado Campo Visual Computadorizado 24.2 que demonstrou quadrantopsia homônima inferior a esquerda do tipo "pie on the floor". Após isto, solicitado RNM de crânio que evidenciou lesão cortico-subcortical com hipersinal em território da artéria cerebral posterior ,compatível com área de infarto isquêmico subagudo tardio a direita. Devido a neuroimagem, paciente foi orientado a acompanhar com neurologista e manter controle da HAS e diabetes.

Conclusão

Podemos observar que a quadrantopsia homônima do tipo " pie on the floor " neste caso, permitiu a suspeita inicial, seguida da confirmação da lesão na região das radiações ópticas parietais próximas a região occipital. Isso reforça a correlação fidedigna entre a queixa do paciente, a alteração campimétrica e a localização da lesão. Certamente, a primeira TC realizada foi normal, pois este exame quando feito nas primeiras 48 horas do evento agudo não apresenta alterações de isquemia, diferentemente da RNM de difusão ou de perfusão. Concluimos então, que o paciente apresentou um quadro de AVC isquêmico e devido a isso desenvolveu alterações típicas no seu campo visual.

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