Sessão de Relato de Caso


Código

RC002

Área Técnica

Catarata

Instituição onde foi realizado o trabalho

  • Principal: Universidade Estadual Paulista (UNESP)

Autores

  • NILTON CESAR GOMES JUNIOR (Interesse Comercial: NÃO)
  • Richard Giovanny Liceras (Interesse Comercial: NÃO)
  • Luiz Viera e Sá II (Interesse Comercial: NÃO)

Título

Anomalia de Peters: relato de caso

Objetivo

Relatar um caso de Anomalia de Peters (AP) associada a alterações oculares importantes.

Relato do Caso

Feminino, 4 meses de idade, nascida de parto normal a termo (41 semanas de idade gestacional), sem intercorrências durante a gestação ou parto, encaminhada à oftalmologia devido a teste do reflexo vermelho alterado em olho direito (OD). Ao exame, apresentava em OD opacidade corneana central associada a catarata densa, câmara anterior (CA) rasa e sinéquias anteriores. Submetida a exame ocular sob narcose, que confirmou as alterações observadas e identificação do cristalino como uma placa fibrótica brancacenta luxada para a CA e aderido à córnea e à borda pupilar. A ultrassonografia ocular revelou a presença de uma trave hiperecogênica em cavidade vítrea que se estendia do pólo posterior ao cristalino, com retina aplicada. Aventou-se o diagnóstico de AP em OD associada a catarata e persistência de vítreo fetal. No mesmo ato anestésico, foi submetida a facectomia e vitrectomia anterior. Com a extração da catarata, houve rotura da membrana de Descemet em região central anteriormente aderida ao cristalino e evidenciou-se uma fragilidade e má-formação do seio camerular com íris e corpo ciliar em setor superior desinseridos associado a descolamento de retina adjacente. A catarata foi removida com auxílio de vitreófago para desfazer as aderências posteriores entre a trave fibrovascular vítrea. No 30º dia de pós-operatório, paciente apresentava uma opacidade corneana mais tênue que a inicial, CA formada, pupila em média midríase fixa e reflexo vermelho fraco. Ao ultrassom, presença de pequeno descolamento de retina em setor superior. A paciente foi encaminhada ao setor de córnea e retina para avaliação, apesar do prognóstico visual reservado.

Conclusão

A AP é uma doença rara, com sério impacto no desenvolvimento da visão. Antecipar o diagnóstico e realização de rastreio configuram-se como auxílios na propedêutica da doença.

Promotor

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