Código
RC040
Área Técnica
Doenças Sistêmicas
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Unichristus
Autores
- LUIZ WILLIAM LINHARES SANTIAGO CAVALCANTI (Interesse Comercial: NÃO)
- Juliana de Lucena Martins Ferreira (Interesse Comercial: NÃO)
- Lorena Andrade de Moraes (Interesse Comercial: NÃO)
Título
MANIFESTAÇOES ATIPICAS DA FEBRE DE CHIKUNGUNYA: RELATO DE CASO
Objetivo
Descrever um caso de Chikungunya com manifestações atípicas de caráter oftalmológico, reumatológico e gastroenterológico.
Relato do Caso
Mulher, 32 anos, casada, enfermeira, procedente de Fortaleza-CE. Antecedente de hepatite C (titulação muito baixa e quadro inconclusivo, após hemotransfusão na infância). Em Maio/2017, foi acometida pelo vírus Chikungunya (IgM+ e IgG+), com quadro de febre, cefaleia, mialgia e artralgia. Após dois meses, associado ao quadro de artralgia intensa e incapacitante, manifestou dor ocular, olho vermelho e ardor com sensação de olho seco em ambos os olhos (AO). Foi prescrito corticóide oral e lubrificante ocular, evoluindo com melhora do quadro. Em Outubro/2017, ainda em uso do corticoide oral, apresentou edema palpebral em AO, crise de olho seco e hiperemia conjuntival, que não melhoravam com o uso do lubrificante ocular. Ao exame, evidenciava-se em AO episclerite em região temporal, associada a pontos hemorrágicos subconjuntivais nasais e temporais. Foi tratada com Prednisolona 1% colírio, 3/3h em desmame semanal, com resolução do quadro oftalmológico. Em Dezembro/2018, teve crises de artrite, diarreia (diagnóstico de intolerância à lactose após Chikungunya), anemia, juntamente com o aparecimento de várias aftas, elevação da sorologia pra hepatite C e queixa de fotofobia, com novos episódios de episclerite, controlada com colírio de corticóide. Em Fevereiro/2019, manifestou novamente episclerite, após a suspensão do corticóide oral, apesar dos títulos de IgM pra Chikungunya estarem em queda. Em nenhum momento houve quadro de uveíte ou comprometimento do polo posterior/retina.
Conclusão
O impacto e a gravidade desta arbovirose no Brasil é grande. O quadro pode tornar-se crônico e debilitante, podendo afetar todo o organismo, reativando doenças (como a hepatite C), desencadeando outras (como a intolerância à lactose), alterando o sistema imunológico (aftas e episclerite) e atingindo o sistema ocular, de forma menos frequente e pouco estudada.
ANVISA: 25352012367201880