Código
RC113
Área Técnica
Neuroftalmologia
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte
Autores
- DRIELY CRISTINA SILVA FERREIRA (Interesse Comercial: NÃO)
- Ana Luiza Tolentino Bernardes (Interesse Comercial: NÃO)
- Raquel Moreira Barra (Interesse Comercial: NÃO)
Título
NEUROPATIA OPTICA AUTO IMUNE: RELATO DE CASO
Objetivo
Documentar caso de neurite óptica auto-imune idiopática em criança com perda visual importante em ambos os olhos e chamar atenção para sua gravidade potencial.
Relato do Caso
Paciente feminina, 10 anos, comparece ao serviço de urgência com relato de baixa de acuidade visual (BAV) em olho direito(OD) há 5 dias. Sem comorbidades. Ao exame, acuidade visual com correção (AVc/c): conta dedos 1metro e 20/20, defeito pupilar aferente relativo em OD. A fundoscopia apresentava edema de papila bilateral, mais importante à direita e micro hemorragias peridiscais em OD. Dois dias após, apresentou BAV em olho esquerdo com AVc/c: conta dedos a 1m e piora em OD para movimento de mãos associada a dor ocular bilateral. Avaliações clinico laboratorial e de imagem, descartaram causas infecciosas e neurológicas a princípio. Apresentou FAN positivo 1:640 e anticardiolipina IgM de 24. Feita pulsoterapia com metilprednisolona 30 mg/Kg/dia por 7 dias sem melhora, seguida de plasmaférese por 5 dias evoluindo com febre, rebaixamento sensorial, afasia, e paresia de membros superiores e inferiores. Novas RNM de crânio evidenciaram áreas de hipercaptação na substância branca, sugestivas de doença desmielinizante em atividade. Realizado biópsia meníngea excluindo causas infecciosas e neoplásicas. Após discussão do caso com a reumatologia foi iniciado tratamento com corticoterapia, imunoglobulina humana e ciclofosfamida, evoluindo com melhora do quadro neurológico, mas sem melhora da AV, apresentando palidez de disco. Atualmente em acompanhamento ambulatorial pela reumatologia e oftalmologia, em uso de prednisona 40mg/dia. Não existem dados clínicos e laboratoriais que permitam o fechamento do diagnostico de LES ou outra colagenose.
Conclusão
É importante a investigação clinico- laboratorial extensa com rastreamento reumatológico em casos de neurite ópticas para diagnóstico precoce de doenças auto-imunes, o que ainda é um desafio. Sabe-se que o tratamento precoce é importante para estabilização e melhora do quadro oftalmológico, embora não foi o que ocorreu neste caso relatado.
ANVISA: 25352012367201880