Código
RC048
Área Técnica
Epidemiologia
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Faculdade de Medicina Souza Marques
- Secundaria: Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro
Autores
- THIAGO DOUTOR PELEGRINE (Interesse Comercial: NÃO)
- LUCIANA CUNHA DE FREITAS LIMA (Interesse Comercial: NÃO)
- GLAUCIANE SOUZA (Interesse Comercial: NÃO)
Título
RELEMBRANDO CONJUNTIVITE DE INCLUSAO
Objetivo
Demonstrar a importância da correlação de doenças sexualmente transmissíveis com doenças oculares.
Relato do Caso
Paciente masculino, 15 anos, sem comorbidades, com olho vermelho, baixa acuidade visual no olho esquerdo, dor, edema periorbitário, hiperemia conjuntival e secreção purulenta procurou posto de saúde. Foi medicado com penicilina benzatina IM e tobramicina tópica por 7 dias. Após 15 dias, pouca melhora e foi ao nosso serviço. Ao exame AV s/c OD:20/20 e OE:20/40 (não foi possível realizar refração), PIO normal, fundo de olho sem alterações, hiperemia conjuntival em fórnice superior (+++/+4), tecido membranoso, folículos, secreção purulenta,ceratite epitelial leve,câmara anterior ampla e sem reação. As hipóteses foram de linfoma (pelo aspecto), conjuntivite de inclusão e conjuntivite gonocócica. Foi solicitado RNM de órbita, cultura do raspado conjuntival e prescrito moxifloxacina tópica 01gota 6/6h e compressas geladas.Resultados da RNM sem alterações relevantes e o raspado foi positivo para Chlamydia trachomatis. Referenciado ao urologista e prescrito azitromicina 500mg 1cp/dia VO 5 dias.
Conclusão
A Conjuntivite de inclusão é causada pela bactéria gram negativa Chlamydia trachomatis,embora mais comum em recém-nato,também é frequente em jovens sexualmente ativos, principalmente nos que tem parceiro sexual novo nos últimos meses. A incubação é em 1-2 semanas e o quadro de conjuntivite folicular mucopurulenta pode evoluir com pannus e cicatrizes ceratoconjuntivais (Tracoma).O diagnóstico é clinico-laboratorial pela citologia anticorpo monoclonal fluorescente,corpos de inclusão intracitoplasmáticos nas células epieliais conjuntivais e pela imunofluorescência direta ou PCR. O tratamento consiste em tetraciclina 1% tópica 3x/dia 2-3semanas e no caso sistêmico tetraciclina 500mg 2-4x/dia 7 dias ou eritromicina. Tem se optado pela azitromicina 500mg/dia 3-5 dias, como foi realizado com boa melhora.
ANVISA: 25352012367201880