Código
RC195
Área Técnica
Retina
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)
Autores
- WANDERSON DE OLIVEIRA VARGAS (Interesse Comercial: NÃO)
- THIAGO GEORGE CABRAL DA SILVA (Interesse Comercial: NÃO)
- LAIS MESQUITA CAETANO (Interesse Comercial: NÃO)
Título
EXUBERANTE DESCOLAMENTO SEROSO EM PACIENTE USANDO MEDICAÇOES ANTIALERGICAS INADVERTIDAMENTE – CORIORRETINOPATIA SEROSA CENTRAL (CRSC) ATIPICA E SEVERA
Objetivo
Relatar um caso de grave de descolamento seroso de retina por uso de descabido de antialérgicos.
Relato do Caso
Caso de um adulto jovem, 36 anos, previamente hígido que evoluiu com grande descolamento seroso de retina em olho esquerdo. Nega estresse elevado, uso de corticosteróides ou história de doença retiniana pregressa. Deu entrada no Hospital das Clínicas da UFES após passar por várias unidades de saúde, chegando a permanecer internado em uma delas para investigação diagnóstica complexa. Deu entrada com queixa de baixa acuidade visual em ambos os olhos (AO) ao acordar associado há cefaleia há 1 semana. Ao exame, acuidade visual com pinhole em olho direito (OD) 20/200 e olho esquerdo (OE) < 20/400, biomocroscopia normal em AO. Na fundoscopia indireta, uma diminuição do brilho macular em OD e uma imagem arredondada temporal à mácula. Na tomografia de coerência óptica (OCT) o OD normal e em OE aumento da espessura macular associado à descolamento do epitélio pigmentar da retina (EPR) em região temporal à mácula com descolamento seroso adjacente extenso da retina acometendo fóvea. Na angiografia fluoresceínica (AF) em OD pequenas áreas de hiperfluorescência em região peripapilar e junto à arcada temporal inferior e em OE ponto hiperfluorescente por extravasamento, temporal à mácula. Confirmado a hipótese de CRSC, foi suspenso os corticóides, espironolactona 50mg/dia por 3 meses e documentado com exames de rastreio infeccioso e de imagem. Ao final do seguimento informava visão 20/20 em AO.
Conclusão
A CRSC não tem origem definida, parece estar ligada à perda da homeostasia na microcirculação coriocapilar. Considerada uma doença idiopática, o uso de corticóides é um fator de risco importante. O uso imprudente de medicações por de leigos e profissionais da área é um fator sério de morbidade. O paciente relatava história de sinusites/rinites alérgicas recorrentes, vinha há quase um ano em uso regular de corticóides inalatórios e injetável que era adquirida na farmácia sem prescrição médica, porém não sabia e nem foi informado dos efeitos adversos.
ANVISA: 25352012367201880