Código
RC124
Área Técnica
Neuroftalmologia
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Hospital de Olhos Ruy Cunha (DayHorc)
Autores
- RODRIGO FORTES GUIMARAES (Interesse Comercial: NÃO)
Título
TRAUMA PERFURANTE COM HASTE METALICA ATINGINDO CAVIDADE ORBITARIA DIREITA, SEIO CAVERNOSO E TRONCO CEREBRAL RODRIGO FORTES GUIMARAES, TIAGO MOTTA DA FONSECA, JOSEMAR JAMESON NETO ALVES HOSPITAL DE OLHOS RUY CUNHA – DAYHORC – ITABUNA/BA
Objetivo
Este relato de caso tem como objetivo demonstrar a evolução favorável de um trauma óculo/facial grave, que tinha prognóstico inicial reservado
Relato do Caso
Paciente masculino de 8 anos de idade, teve queda da própria altura sobre uma haste metálica de 38,5 cm, com penetração intracraniano de 12,5 cm pela região superior medial da cavidade orbitária direita, passando a 1mm do nervo óptico, atravessando o seio cavernoso e atingindo lateralmente o tronco encefálico. Em todo momento apresentou hemodinamicamente estável e com escore de 15 na escala de Glasgow. Avaliado pela equipe de neurocirurgia, foi submetido a cirurgia para retirada de corpo estranho. Na avaliação neuroftalmológica, apresentava edema hemifacial à direita, ausência de abertura ocular espontânea, anestesia corneana, paralisia iriana com perda das ducções, apraxia motora extrínseca e intrínseca, sem resposta fotomotora e função orbicular preservada. Sua acuidade visual sem correção (AVSC) na tabela de Snellen: olho dirieto (OD) 20/150, olho esquerdo (OE) 20/20. Não foram visualizadas alterações nos exames de mapeamento de retina, retinografia e tomografia de coerência óptica (OCT). Naquele momento, suas hipóteses diagnosticas foram de lesão de III, V e VI pares cranianos; Trauma de fissura orbitária superior com potencial envolvimento de trajeto para-selar. Após 3 meses, evoluiu sem anormalidades de sistema nervoso central, com melhora do edema facial, recuperação parcial dos movimentos palpebrais extrínsecos, porém apresentando diplopia binocular. No quarto mês, evolui com AVSC OD=1,0 e OE=1,0, com AVSC para perto J1 pela tabela de Jaeger. Seu exame externo revelou excursão palpebral completa em ambos os olhos, ducções preservadas, reflexo fotomotor em OD ausente, com média midríase paralítica e defeito pupilar aferente relativo (DPAR) 2+ em 4 em OE
Conclusão
A despeito do quadro inicial dramático, ameaçando estruturas nobres da órbita e sistema nervoso central pelo corpo estranho intracraniano, o pronto atendimento multidisciplinar foi fundamental para boa evolução do caso, bem como o acompanhamento periódico.
ANVISA: 25352012367201880