Título

Relato de caso: Dome Shaped em paciente com diminuição subaguda da acuidade visual Viviane Barros, Bruna Sturzeneker, Fernando Zanetti

Objetivo

Descrever a evolução de um paciente com mácula Dome Shaped, que é uma entidade clínica de fisiopatologia ainda incerta, pelos estudos mais recentes, mas com provável associação a espessamento escleral na região foveal. Inicialmente mácula Dome Shaped era documentada apenas para alto míopes, contudo, sabe-se atualmente que essa doença também está associada a emetropia e hipermetropia, podendo ou não apresentar fluido subrretiniano.

Relato do Caso

Masculino, 35 anos, alto míope, queixava-se de baixa acuidade visual progressiva há 02 meses em olho esquerdo. Já acompanhava em nosso serviço devido pós operatório de cirurgia de retina em olho direito secundário a descolamento de retina regmatogênico. Sobre a história pregressa, era pseudofácico em olho direito (-11 esférico antes da cirurgia) e portador de hipertensão arterial sistêmica. Ao exame, possuia acuidade visual com melhor correção de 20/100 em olho direito e conta dedos 3 metros em olho esquerdo. Sendo que na avaliação de 3 meses antes do quadro atual, possuia acuidade visual com melhor correção de 20/100 ( -4,25esf - 3,50cil 110°) em olho direito e 20/40 (-4,25 -1,75 65°) em olho esquerdo. Na biomicroscopia era pseudofácico em olho direito e catarata cortical 2+ em olho esquerdo. No mapeamento de retina do olho direito havia retina aplicada e disco óptico com palidez temporal 2+/4. No olho esquerdo não havia alterações significativas . Foi realizado Tomografia de Coerência óptica (OCT) e observado atrofia de fotorreceptores e diminuição da espessura da retina neurossensorial em olho esquerdo, sem presença de fluido subrretiniano. Optado por conduta expectante.

Conclusão

Mácula Dome Shaped é uma condição em que não se sabe ao certo a história natural, tendo sido descrita pela primeira vez em 2008 por Gaucher e colaboradores. Quando há presença de fluido subrretiniano associado, a injeção de Bevacizumabe e terapia com fotocoagulação podem ser uma alternativa. Contudo, no nosso caso foi observado apenas disrrupção da camada de fotorreceptores e, dessa forma optou-se por conduta expectante.