Título

DIAGNOSTICO DE METASTASE DE ADENOCARCINOMA BRONQUICO PARA A COROIDE DURANTE TRATAMENTO PARA NEUROSIFILIS

Objetivo

O objetivo do trabalho é relatar o caso raro do diagnóstico de uma metástase para a coroide de um adenocarcinoma com sitio primário brônquico em paciente de 56 anos com neurosífilis.

Relato do Caso

Paciente F.C.M.L., homem, 56 anos, com queixa de baixa acuidade visual (AV), dor e fotofobia em ambos os olhos iniciado há 5 dias. Ao exame: AV com correção de 0,8 em olho direito (OD) e 0,8 em olho esquerdo (OE). Biomicroscopia: OD com hiperemia conjuntival. OE sem alterações. Pressão intraocular de 14 (OD) e 15 mmHg (OE). Fundoscopia com vasos de calibre e tortuosidade aumentados em OD. Periferia com descolamento seroso (DR) superior, temporal e inferior em OD e DR seroso superior em OE. Historia pregressa de tosse seca persistente. Sorologias: VDRL (1:512) e HIV I reagentes. Foi solicitado RNM das orbitas, TC de crânio e de tórax. TC de tórax: lesão expansiva peri-hilar direita obliterando os brônquios do lobo médio. RNM: lesão expansiva ocupando 1/3 posterior do globo ocular direito de espessura 9 mm e DR. Evoluiu com redução gradual da AV em OD (20/400) e melhora em OE. Nova fundoscopia com DR seroso extenso acometendo macula. Notou-se lesão sub retiniana temporal, sem aspecto exsudativo ou necrótico, elevada com cerca de 5 diâmetros de disco. Solicitou-se broncoscopia com biópsia e pet-scan. Lavado bronco alveolar e biopsia brônquica evidenciou adenocarcinoma invasivo, padrões acinar e micropapilar. Imunohistoquimica indica que a lesão primária é brônquica. Pet-scan com lesão brônquio-pulmonar direita, hipermetabólica consistente com tumor primário. Lesão hipermetabólica na órbita direita que corresponde possivelmente a lesão expansiva. Três meses após primeira avaliação apresentava-se sem percepção luminosa em OD com aumento expressivo da lesão na fundoscopia.

Conclusão

Tumores metastáticos na coroide são as malignidades mais comuns intraoculares. A prevalência de metástase coroidal é estimada em cerca de 7% dos casos. Sítio primário brônquico é extremamente raro. O tratamento chave é quimioterapia e radioterapia.