Código
RC230
Área Técnica
Retina
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Ação Visual Oftalmologia LTDA
Autores
- FABIOLA BEZERRA DE LAMONICA FREIRE ORTIGOSA NOGUEIRA (Interesse Comercial: NÃO)
- MARCELA ALVES MORAIS VANAZZI (Interesse Comercial: NÃO)
- JULIANA HERRERA SADALA MASCATO (Interesse Comercial: NÃO)
Título
RETINOPATIA DE PURTSCHER: RELATO DE CASO
Objetivo
Descrever o caso de um paciente com Retinopatia de Purtscher.
Relato do Caso
Paciente masculino, 42 anos, com baixa da acuidade visual (AV) progressiva no olho direito (OD) há 5 dias. História patológica pregressa de hipertensão arterial sistêmica e acidente automobilístico com trauma torácico há 1 mês. Ao exame oftalmológico: AV: Movimento de mãos e 20/30; Biomicroscopia: catarata nuclear (+/4+) OD; Fundoscopia do OD: edema de disco óptico, com manchas algodonosas em grande quantidade e hemorragias intra-retinianas; Olho esquerdo (OE): raras hemorragias intra-retinianas no polo posterior. À tomografia de coerência óptica (OCT), observou-se descolamento seroso macular. Iniciado prednisona 40 mg/dia via oral em esquema regressivo e encaminhado ao Cardiologista para controle pressórico. Após 1 semana, em controle pressórico rigoroso, apresenta melhora da AV do OD para conta dedos e redução das hemorragias no OD. Mantida conduta e reavaliação mensal. Após 1 mês, o paciente segue em controle pressórico e regressão da corticoterapia; Apresenta AV 20/80P (OD) e 20/30 (OE) e fundoscopia do OD com redução das hemorragias e manchas algodonosas. Na nova OCT no observou-se ausência de líquido sub-retiniano. No último retorno, 4 meses do início do tratamento, já sem corticóides, mostrou ainda melhora da AV (20/60P no OD). Solicitada reavaliação em 6 meses.
Conclusão
A Retinopatia de Purtscher é uma vasculopatia hemorrágica e vasoclusiva rara, cuja incidência estimada é de 0,24/1.000 por ano. O diagnóstico é clínico, com quadro de diminuição da acuidade visual pós-traumática, associada à fundoscopia típica. A recuperação visual espontânea ocorre geralmente entre 2 e 6 meses após o início dos sintomas. Faz-se necessária a articulação com outros profissionais para estabilização clínica do paciente. Não existe um tratamento específico e o uso de corticoterapia sistêmica para diminuir a resposta inflamatória é controverso. No caso relatado mostrou-se benéfica, pois houve melhora da acuidade visual em menos de 4 meses.
ANVISA: 25352012367201880