Código
RC255
Área Técnica
Trauma
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Hospital Universsitário Evangélico Mackenzie
Autores
- CAIO CEZAR GAZIM (Interesse Comercial: NÃO)
- ANA PAULA BORTOLOTTO (Interesse Comercial: NÃO)
- LUISA MOREIRA HOPKER (Interesse Comercial: NÃO)
Título
HEMATOMA DE MUSCULO RETO MEDIAL APOS TRAUMA CONTUSO
Objetivo
Avaliar a evolução da acuidade visual em paciente com hematoma de músculo reto medial e compressão do nervo óptico.
Relato do Caso
Paciente masculino, 31 anos, com baixa acuidade visual após trauma ocular contuso em olho direito no dia anterior à consulta. Ao exame apresentava acuidade visual de movimento de mãos em olho direito e 20/20 em olho esquerdo; dor e restrição do movimento de abdução e adução de olho direito. Na biomicroscopia: hiposfagma e laceração conjuntival nasal, córnea transparente, câmara anterior formada e pupila fotorreagente. Na fundoscopia e na angiofluoresceinografia não se evidenciou alteração. Com a tomografia de órbita foi diagnosticado hematoma de músculo reto medial de olho direito, com aumento importante do corpo muscular nas porções central e posterior, com espessura máxima de 0,9 cm centralmente. Foi iniciada pulsoterapia com 1g de metilprednisolona via intravenosa diariamente por 3 dias. No segundo dia de tratamento as versões começaram a ser recuperadas, e no final do terceiro dia a acuidade visual era de conta dedos 2 metros, sendo assim mantida corticoterapia via oral regressiva por 1 mês. Após 45 dias do trauma a acuidade visual era 20/100, as versões estavam normalizadas, e no fundo de olho se evidenciava discreta palidez de nervo óptico na parte superior do disco.
Conclusão
O hematoma de músculo extra orbitário, embora infrequente pode levar pelo seu aumento de volume à compressão do nervo óptico, assim como compressão da vasculatura que irriga-o, evoluindo para perda visual com prognóstico reservado. Acredita-se que a infusão do corticoide reduza o edema no tecido lesado e previna degeneração celular, além de aumentar o fluxo sanguíneo da área lesada, diminuindo o dano celular secundário à isquemia e hipoxemia. A relevância desse trabalho está na documentação da evolução da acuidade visual e de recuperação das versões com a corticoterapia, e enfatizar a importância do exame de imagem em traumas fechados, mesmo sem aparentemente envolvimento do globo ocular.
ANVISA: 25352012367201880