Código
RC228
Área Técnica
Retina
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Instituto de Oftalmologia Ivo Corrêa-Meyer
Autores
- FERNANDA RANGEL BERNARDI (Interesse Comercial: NÃO)
- CAROLINA DA SILVA MENGUE (Interesse Comercial: NÃO)
- MANUEL AUGUSTO PEREIRA VILELA (Interesse Comercial: NÃO)
Título
RETINITE FUNGICA BILATERAL EM PACIENTE IMUNOSSUPRIMIDO APOS TRANSPLANTE CARDIACO: RELATO DE CASO
Objetivo
Relatar um caso de retinite fúngica bilateral em paciente imunossuprimido após transplante cardíaco.
Relato do Caso
Paciente masculino, 57 anos, negro, procedente de Alvorada/RS, internado por aspergilose pulmonar, queixa-se de turvação visual em ambos os olhos (AO). Em tratamento endovenoso (EV) com anfotericina B e via oral com voriconazol. Devido à plaquetopenia intensa, esse último, substituído por fluconazol. História prévia de transplante cardíaco e em tratamento imunossupressor. Ao exame oftalmológico, apresentava acuidade visual (AV) de "conta-dedos" há 2m em olho direito (OD) e "conta-dedos" há 1m em olho esquerdo (OE). Pressão intraocular normal em AO. À biomicroscopia, presença de pks e reação de câmara anterior leve em AO. À fundoscopia, presença de vitreíte em AO, infiltrados retinianos amarelados em região nasal em OD e região macular em OE. Coletado PCR e cultural de vítreo, positivo para Aspergillus. Realizadas injeções intravítreas de anfotericina B e voriconazol seriadas em AO. Evoluiu com piora progressiva da AV (não percepção luminosa AO).
Conclusão
A infecção ocular por Aspergillus é uma doença rara associada à aspergilose disseminada, principalmente, em pacientes com doenças pulmonares crônicas, neoplasias, transplante de órgãos, imunocomprometimento grave ou abuso de drogas EV. O diagnóstico baseia-se em achados clínicos combinados com resultados positivos de biópsia vítrea, culturas e colorações de Gram e Giemsa. A aspergilose sistêmica coexistente pode ser uma pista importante, especialmente em pacientes de alto risco. Os oftalmologistas precisam de um alto índice de suspeição dentro do contexto clínico para reconhecer essas entidades raras. Geralmente tem início agudo de inflamação intra-ocular e frequentemente tem uma lesão coriorretiniana característica localizada na mácula. Embora o tratamento com vitrectomia pars plana e antifúngico intravítreo seja capaz de eliminar a infecção ocular, o resultado visual geralmente é ruim, especialmente quando há comprometimento macular direto.
ANVISA: 25352012367201880