Código
RC071
Área Técnica
Geral
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Complexo Hospitalar Padre Bento
Autores
- GABRIELLA RAMOS PRICOLI (Interesse Comercial: NÃO)
- RAFAELA LINCK (Interesse Comercial: NÃO)
- MARIO HENRIQUE CAMARGOS DE LIMA (Interesse Comercial: NÃO)
Título
HIPERTENSÃO INTRACRANIANA IDIOPÁTICA E COMORBIDADES OCULARES: DESAFIO DIAGNOSTICO
Objetivo
Relatar uma caso de hipertensão intracraniana idiopática associado a múltiplas doenças oculares não associadas ao quadro.
Relato do Caso
Paciente, sexo feminino, 27 anos chegou ao Pronto Socorro com queixa de baixa acuidade visual (BAV) em olho direito (OD) há 7 dias e cefaleia há meses. Com histórico de síndrome dos ovários policísticos não tratada. Realizara ainda transplante de córnea por ceratocone em OD há 3 anos. Acuidade visual (AV) de 20/30 em OD e movimentos de mãos (MM) em olho esquerdo (OE). À biomicroscopia (BIO) de OD edema de córnea, precipitados ceráticos (PKS) granulomatosos, reação de câmara anterior (RCA) 2+ na BIO de OE: RCA 1+, PKS finos. Na fundoscopia de ambos os olhos, meios turvos, edema de papila, mácula livre. Optou-se por iniciar colírios de dexametasona e atropina e internação hospitalar. Evoluiu com manutenção da cefaléia e piora da AV para 20/50 OD e MM OE. Ressonância magnética de crânio e órbitas sem alterações, hemograma, função renal, hepática, PCR e VHS sem alterações, sorologias infecciosas não reagentes. A punção liquórica mostrou pressão de saída aumentada, aspecto límpido e xantocrômico, glicose 59mg/dl, proteínas 17 mg/dl, tinta da china negativa. Discutiu-se com equipe da neurologia, que considerou a faixa etária, sexo, histórico de cefaleia e resultado do líquor normal, e sugeriu o diagnóstico de hipertensão intracraniana idiopática (HII). Iniciou- se o tratamento com acetazolamida 500mg/dia. Após 3 meses, apresentou melhora dos sintomas e da AV para 20/30 em OD e conta dedos 1 metro em OE e sem alteração fundoscópica.
Conclusão
Entre os sinais oftálmicos de HII, o papiledema é o sinal mais relevante para a suspeita diagnóstica. Porém, quando há outras patologias associadas, pode haver confusão diagnóstica, por isso, é necessário um exame clínico e laboratorial minuciosos para elucidação do quadro, além de se considerar os fatores epidemiológicos da doença, que incluem maior prevalência no sexo feminino e faixa etária jovem.
ANVISA: 25352012367201880