Título

O TRATAMENTO CIRÚRGICO NA ESOTROPIA COMITANTE AGUDA TIPO FRANCESCHETTI: RELATO DE CASO.

Objetivo

Relatar um caso de esotropia comitante aguda tipo Franceschetti que apresentou reversão completa dos sintomas após tratamento cirúrgico.

Relato do Caso

Masculino, 18 anos, procurou atendimento com queixa de "visão dupla”. Referiu desvio dos olhos para dentro subitamente, causando intenso desconforto por visão dupla binocular horizontal constante. Ficou internado no hospital de sua cidade e submeteu-se a investigação neurológica completa com resultados sem alterações. Ao exame oftalmológico, acuidade visual sem correção: 20/15 AO, refração estática: +1,50 OD/ +1,75 OE. Na inspeção apresentava esotropia (ET), cover/uncover com ET alternante 70Δcomitantee fundoscopia com escavação fisiológica,nervo óptico corado, mácula e periferia bem AO. Através da anamnese e exame físico concluiu-se o diagnóstico de esotropiacomitante aguda do tipo Franceschetti e optou-se por realizar cirurgia de duplo recuo de retos mediais de 6mm e dupla ressecção de retos laterais de 7mm. Paciente apresentou melhora completa dos sintomas no pós-operatório.

Conclusão

A esotropia comitante aguda tipo Franceschetti está associada com baixa hipermetropia, um elemento acomodativo mínimo e ângulo relativamente grande de desvio. No entanto, alguns estudos mostraram que, a baixa hipermetropia não deve ser considerada uma característica específica do tipo Franceschetti, pois a condição da refração dos pacientes parece estar mais associada à idade de início. Embora, a etiologia permaneça incerta é importante enfatizar a necessidade de avaliar alterações neurológicas, principalmente, nistagmo ou incapacidade de restaurar a binocularidade, como causa subjacente ou coexistente à esotropia. As opções de tratamento incluem prismas e terapia com toxina botulínica, contudo a cirurgia continua sendo a melhor opção para restabelecer o alinhamento ocular e a visão binocular.