Título

MELANOMA CONJUNTIVAL PRIMARIO AMELANOTICO: IMPRESCINDIVEL DIAGNOSTICO DIFERENCIAL DO CARCINOMA DE CONJUNTIVA.

Objetivo

Relatar caso raro de melanoma conjuntival primário de aspecto amelanótico.

Relato do Caso

Paciente masculino, 59 anos, história de ceratocone e 2 transplantes de córnea em olho direito (último em maio de 2015). Em outubro de 2016, paciente notou aparecimento de lesão em região do limbo e conjuntiva bulbar inferior amelanótica, de crescimento rápido e indolor. Ao exame, apresentou lesão de aspecto granulomatoso, de crescimento exofítico, com presença de neovasos e espessamento vascular. Em uma semana, a lesão duplicou de tamanho em sentido vertical, sendo optado pela realização de biópsia excisional em novembro de 2016, com excisão de fragmento medindo 6 x 5 x 2mm. O anatomopatológico evidenciou melanoma conjuntival do tipo epitelióide, índice mitótico de 13mm², sem evidência de invasão linfovascular. Após, foi realizada nova biópsia da conjuntiva inferior para ampliação de margens, e das regiões nasal, temporal, superior e fórnice para avaliação de melanose primária adquirida com atipia. Nova histologia não sugeriu indício de células malignas conjuntivais. O paciente vem mantendo acompanhamento clínico oftalmológico trimestral com exames laboratoriais, provas de função hepática e tomografia de crânio, tórax e abdome. Até o presente momento, paciente mantém acuidade visual preservada e sem recidiva tumoral.

Conclusão

O melanoma conjuntival é originado de melanócitos atípicos na camada basal do epitélio e é uma lesão rara, correspondendo a 2% das neoplasias malignas oculares. Geralmente apresenta-se como uma lesão nodular pigmentada, que pode envolver qualquer parte da conjuntiva, mais comumente perilimbar. O melanoma conjuntival pode surgir associado a nevus, a melanose primária adquirida com atipia ou “de novo” (sem lesão precursora). A localização perilimbar do tumor é associada a menor risco de recorrência e metástases. No presente relato de caso, o paciente apresentou melanoma conjuntival de novo, de aspecto amelanótico ao exame macroscópico, sendo importante a alta suspeição clínica e diagnóstico diferencial para manejo adequado.