Código
RC222
Área Técnica
Retina
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: CAO - UNIVERSIDADE DE RIBEIRÃO PRETO
Autores
- BARBARA FREITAS DE OLIVEIRA (Interesse Comercial: NÃO)
- SAMILLA AUGUSTO VIEIRA DE ARAUJO (Interesse Comercial: NÃO)
- FRANCYNE VEIGA REIS CYRINO (Interesse Comercial: NÃO)
Título
PSEUDORETINOSE PIGMENTAR UNILATERAL LUETICA - IMPORTANCIA DA INVESTIGAÇAO CLINICA: RELATO DE CASO
Objetivo
Relatar um caso de Pseudoretinose Pigmentar Unilateral associada a sífilis ocular, doença com crescimento exponencial.
Relato do Caso
Paciente masculino, 72 anos, trabalhador rural, atendido no serviço com queixa de baixa visual progressiva em ambos os olhos (AO) há aproximadamente 2 anos, sendo pior no olho esquerdo (OE). Relatava acidente com solda elétrica em OE há mais de 20 anos sem déficit visual na ocasião. Ao exame, acuidade visual corrigida de olho direito (OD) 20/30 e OE 20/35, catarata nuclear 2+/4+ e tonometria de 13mmHg AO. Fundoscopia (FIGURA 1) de OD inocente e OE com aglomerados pigmentares tipo espículas ósseas difusos pelo pólo posterior e periferia do olho esquerdo, podendo sugerir Retinose Pigmentar Unilateral (RPU), principalmente pela manutenção do campo visual central e boa acuidade visual. Mediante anamnese, relata comportamento sexual de risco e esposa informou que o paciente fizera tratamento com penicilina intra-muscular (IM) alguns anos antes. Solicitamos as sorologias que evidenciaram VDRL reagente (1:1), FTA-ABS IgM negativo e IgG positivo, Toxoplasmose IgM negativo e IgG positivo, Citomegalovírus IgM negativo e IgG positivo. A angiofluoresceinografia (FIGURA 2) mostrou difusas áreas de hipofluorescência por bloqueio nos quatro quadrantes, hiperfluorescência por efeito em janela em região macular e rarefação leve de epitélio pigmentar. OCT sem edema de mácula e o campo visual de OE apresentando constrição difusa de campo com ilha de visão central. Não foi instituído nenhum tipo de tratamento e optou-se por seguimento semestral do paciente.
Conclusão
Inúmeras etiologias podem provocar um quadro de injúria celular levando a uma migração intraretiniana de pigmento com perda de fotorreceptores e deposição de pigmento semelhante ao caso clínico. A RPU de forma isolada é uma entidade clínica questionada, ainda mais pela dificuldade de se afastar as causas secundárias, principalmente as infecciosas. Contudo, uma anamnese bem feita pode nos orientar no raciocínio e no diagnóstico.
ANVISA: 25352012367201880