Sessão de Relato de Caso


Código

RC161

Área Técnica

Órbita

Instituição onde foi realizado o trabalho

  • Principal: Instituto Penido Burnier

Autores

  • MILENA CRISTINA DA SILVA ALMEIDA (Interesse Comercial: NÃO)
  • Elvira Barbosa Abreu (Interesse Comercial: NÃO)

Título

DACRIOADENITE CRONICA UNILATERAL: RARA APRESENTAÇAO DA ARTRITE REUMATOIDE

Objetivo

Apresentar um caso de dacrioadenite crônica unilateral secundária à artrite reumatoide (AR), ressaltando a importância do exame anatomopatológico/imuno-histoquímico e do tratamento de doenças sistêmicas.

Relato do Caso

Paciente feminina, 59 anos de idade, com antecedente pessoal de AR, com queixa de edema palpebral superior em olho direito há mais de 3 meses, sendo tratado com antibiótico sistêmico sem melhora. Apresentava acuidade visual em olho direito de 20/40 e em olho esquerdo de 20/30. Ao exame observou-se aumento do volume palpebral superior temporal, indolor e sem sinais flogísticos. À RNM de crânio apresentava aumento da glândula lacrimal à direita. Realizado biópsia da região com resultado de proliferação microglandular atípica, sendo submetido à análise de imuno-histoquímica que revelou expressão positiva em IgG, Kappa, Lambda, p53, proteína S-100, marcadores CD138 e CK7 correspondendo a padrão de inflamação crônica com possibilidade de alterações relacionada à doenças autoimunes/reumatológicas. Paciente procedeu a tratamento com corticoide em doses imunossupressoras e tacrolimus pomada, com redução do edema e melhora dos sintomas.

Conclusão

A dacrioadenite pode ser devido a fontes infecciosas, inflamatórias ou idiopática, sendo a apresentação bilateral mais comum. As causas inflamatórias podem responder aos esteroides, ou demonstrar um curso recidivante crônico que requer tratamento a longo prazo. É importante ficar atento ao curso crônico da doença, estabelecer a etiologia adequada e, principalmente, excluir etiologia neoplásica. Assim, o exame anatomopatológico é de suma importância, possibilitando o uso correto de esteroides e tratamento de doenças sistêmicas associadas. A AR pode apresentar várias manifestações oculares, como esclerite, uveíte, ceratite ulcerativa, síndrome de Sjögren entre outras, sendo a dacrioadenite por se tratar de um processo inflamatório, uma possibilidade de manifestação não muito citada. O tratamento otimizado da doença de base pode evitar recorrência dessas manifestações.

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