Título

NEURITE OPTICA ASSOCIADA A GUILLAIN-BARRE POS INFECÇAO VIRAL POR CHIKUNGUNYA EM CIDADE SUL-BRASILEIRA: RELATO DE CASO

Objetivo

Relatar o caso de um paciente com Febre Chikungunya associado a Guillain-Barré, que evoluiu para neurite óptica unilateral, responsiva a pulsoterapia com corticóide.

Relato do Caso

Masculino, 67 anos, com síndrome febril e sorologia IgM positiva para Chikungunya (Abril/2017), evoluiu com fraqueza simétrica progressiva e perda de coordenação motora dos membros inferiores, sendo realizado diagnóstico de Síndrome de Guillain-Barré pós infecção por Chikungunya. Dois meses após o quadro inicial, apresentou baixa da acuidade visual unilateral rapidamente progressiva em olho direito, chegando a acuidade visual de percepção luminosa neste olho. Realizada angiofluoresceinografia: palidez papilar e presença de cicatrizes de coriorretinite sem sinais de atividade em olho direito. Ressonância magnética de crânio descartou outras etiologias. Com base na história e exames foi inferido o diagnóstico de neurite óptica e então realizada tentativa terapêutica com pulsoterapia de corticóide, apresentando melhora progressiva da acuidade. Um ano após o tratamento, mostrava-se com acuidade visual em olho direito de 20/80 e angiofluoresceinografia, (Junho/2018) mantendo palidez de papila em olho direito e atraso no enchimento do disco óptico.

Conclusão

A neurite óptica de aparecimento tardio é uma das formas de acometimento oftalmológico pelo vírus Chikungunya, apresentando provável mecanismo autoimune e possível associação com outras síndromes autoimunes. A pulsoterapia com corticóide deve sempre ser considerada nestes casos, idealmente de maneira precoce, objetivando um melhor prognóstico visual.