Código
RC042
Área Técnica
Doenças Sistêmicas
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Instituto de Previdência Servidores de MG (IPSEMG)
Autores
- ISABELA MARTINS MELO (Interesse Comercial: NÃO)
- JÉSSICA DOS REIS SANTIAGO (Interesse Comercial: NÃO)
- THAÍS PAES BARRETO (Interesse Comercial: NÃO)
Título
OFTALMOLOGIA NO CONTEXTO HOSPITALAR, UM DESAFIO DIAGNOSTICO E TERAPEUTICO
Objetivo
Mostrar como um diagnóstico oftalmológico no contexto hospitalar pode ser desafiador.
Relato do Caso
MSP, sexo feminino, 66 anos, internou no hospital do IPSEMG, em Belo Horizonte, para ressecção de tumor gástrico neuroendócrino. No pós-operatório, evoluiu com sepse e instabilidade hemodinâmica grave secundária a abcesso intra-abdominal, permanecendo na UTI durante 45 dias. Neste período, apresentou hemocultura positiva para Candida albicans, sendo tratada com Anidolofungina EV. Foi encaminhada à enfermaria, ainda traqueostomizada e com quadro confusional. Somente após 90 dias da internação, começa a queixar-se de baixa acuidade visual bilateral indolor e progressiva. Logo à primeira avaliação oftalmológica, apresentava, em ambos os olhos, AV de movimentos de mãos, olhos calmos, miose fixa secundária à seclusão pupilar e opacidade dos meios inviabilizando a fundoscopia. Realizada propedêutica para uveítes sem alterações, e ECO-B, que evidenciou imagens compatíveis com vitreíte densa organizada, sem sinais de atividade. Aventada a hipótese de endoftalmite fúngica bilateral e optado por iniciar injeções intra-vítreas e infusão EV de Anfotericina B. Realizada coleta e estudo bacteriológico de humor vítreo, sem crescimento. No entanto, mesmo após 30 dias de tratamento sistêmico e injeções intra-vítreas, a paciente evoluiu com descolamento de retina total e AV de NPL. Próximo a alta hospitalar, a paciente intercorreu novamente, apresentando quadro orbitário congestivo súbito em OE, com cefaleia, quemose e edema bipalpebral, sem sinais flogísticos. Diante da hipótese de trombose do seio cavernoso, foi instituída anticoagulação terapêutica e antibioticoterapia EV de amplo espectro, apesar de TC e AngioRNM sem anormalidades. Não houve melhora do quadro e, mesmo atentando à exposição ocular e pressão orbitária, a paciente progrediu com perfuração e necessidade enucleação e envio do material para análise anatomopatológica.
Conclusão
O contexto hospitalar muitas vezes inviabiliza a confirmação do diagnóstico oftalmológico e a instituição do melhor tratamento.
ANVISA: 25352012367201880