Título

COMPLICAÇAO OFTALMOLOGICA EM PACIENTE COM SINDROME HELLP

Objetivo

Relatar o caso de uma paciente com síndrome HELLP que evoluiu com coroidopatia hipertensiva. E demonstrar a importância da conexão entre o sistema visual e a pressão arterial e necessidade de um exame fundoscópico eficiente.

Relato do Caso

N, S, M, 22 anos, deu entrada no Pronto-Socorro de Oftalmologia com queixa de embaçamento visual bilateral pior em olho esquerdo, com início após internação hospitalar quando se encontrava gestante com 14 semanas. Paciente apresentava como antecedentes pessoais hipertensão desde 2014 em tratamento irregular com anti-hipertensivos orais, negava outros antecedentes dignos de nota. Exame oftalmológico : Av: 20/200 ; CD 30cm , biomicroscopia ambos os olhos : sem alterações, PIO dentro da normalidade. Reflexos pupilares direto e indireto lentificados, porém presentes, sem déficits neurológicos e PA : 110/79 mmhg. Fundoscopia : apresentava descolamento de retina inferior bilateral com bolsões elevados, edema de papila, edema macular, exsudatos algodonosos. Não foram observadas roturas em ambos os olhos. Paciente referia ter sido internada com pico pressórico 240/120 mmhg. Trazia exames que constavam alteração de função renal Cr 3,8 U : 125 plaquetopenia 51.000, LDH 863, elevação das enzimas hepáticas e sorologia para sífilis e HIV negativas. Foi encaminhada para UTI onde foi indicado hemodiálise. Realizado USG obstétrico constatando óbito fetal ; feito indução do parto com misoprostol. Recebeu alta com creatinina ainda elevada 3, 58; sem urgência dialítica. Em relação ao quadro oftalmológico foi optado por conduta expectante, após 21 dias apresentou melhora da aspecto fundoscópico, porem sem melhora significativa da acuidade visual.

Conclusão

Manifestações oculares de hipertensão sistêmica são achados comuns e podem resultar em comprometimento vascular da retina, coroide e nervo óptico. Os achados dramáticos da coroidoretinopatia hipertensiva são normalmente associados com acuidade e desfecho visual desfavoráveis devido à a ssociação frequente com doenças sistêmicas com toxemia da gravidez, doença renal, e outros.