Sessão de Relato de Caso


Código

RC197

Área Técnica

Retina

Instituição onde foi realizado o trabalho

  • Principal: Instituto de Olhos Ciências Médicas (IOCM)

Autores

  • LAURA SILVA REIS (Interesse Comercial: NÃO)
  • Julia Carvalho Barbosa (Interesse Comercial: NÃO)
  • Tereza Cristina Moreira Kanadani (Interesse Comercial: NÃO)

Título

HOYT SEM GLAUCOMA: UM DIAGNOSTICO DIFERENCIAL.

Objetivo

Relatar um caso de múltiplos hoyts em paciente com nervo óptico fisiológico e hipertensão arterial sistêmica (HAS) de difícil controle.

Relato do Caso

Paciente, masculino, 39 anos, nefropata e hipertenso de difícil controle, sem história familiar para glaucoma. Apresentou, ao exame oftalmológico de rotina, uma acuidade visual sem correção de 20/20 em ambos os olhos (AO) e biomicroscopia sem alterações. À fundoscopia, discos ópticos bem delimitados com escavações aparentemente fisiológicas, porém com múltiplos defeitos na camada de fibras nervosas da retina (CFNR) semelhante à Hoyts, associados a hiperpigmentações periféricas (manchas de Elschnig). Há cerca de um ano, paciente apresentou hemorragias em chamas de vela nos quatro quadrantes associado a exsudatos algodonosos em AO. Devido à nefropatia, paciente impossibilitado de realizar angiofluoresceinografia. Submetido à angiotomografia por coerência óptica cujos achados de diminuição da densidade vascular focais foram correspondentes às áreas de menor espessura da CFNR.

Conclusão

A retinopatia hipertensiva, a coroidopatia hipertensiva e a neuropatia óptica hipertensiva são três entidades distintas que podem se manifestar em pacientes com HAS, sobretudo nos casos graves e mal controlados. A retinopatia hipertensiva caracteriza-se por alterações de calibre vascular associadas ou não à hemorragias e exsudações. A coroidopatia hipertensiva manifesta-se com as manchas de Elschnig, estrias de Siegrist e descolamentos serosos de retina. As manchas de Elschnig são alterações no epitélio pigmentar da retina que recobre os coriocapilares infartados. A neuropatia óptica hipertensiva manifesta-se com papiledema bilateral e constitui uma emergência hipertensiva. A resolução deste quadro é possível com o controle pressórico, porém pode resultar em atrofia, palidez do nervo óptico e redução da CFNR. A hipertensão crônica prolongada de longa data também pode resultar em defeitos na CFNR. Estes defeitos são localizados e não estão acompanhados de mudanças na rima neural como visto nos pacientes glaucomatosos.

Promotor

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