Título

MANIFESTAÇOES ATIPICAS DO HERPES ZOSTER FACIAL COM ACOMETIMENTO OCULAR

Objetivo

Relatar um caso de herpes zoster facial com acometimento ocular de evolução incomum.

Relato do Caso

CO, masculino, 58 anos, sem comorbidades, história pessoal ou familiar para doenças oftalmológica. Em dezembro de 2018, apresentou quadro de lesões eritematovesiculares faciais bilaterais, acompanhadas por secreção clara e desconforto local leve, que evoluíram em 48h para lesões necróticas em região nasal à esquerda, com acometimento de tecido subcutâneo e cartilagem. História epidemiológica pregressa: viagem ao Jalapão, 10 dias antes do início do quadro. No 5o dia de internação, apresentou piora das lesões de face, que foram debridadas e iniciou queixa de baixa acuidade visual à esquerda. Ao exame oftalmológico, apresentou: acuidade visual corrigida de 20/20 J1 em olho direito e 20/30 J6 no olho esquerdo. Teste de cores alterado à esquerda. Ectoscopia, com lesões eritematopapulares em face bilaterais, em menor quantidade à direita e lesão necrótica profunda nasal à esquerda. No exame de fundo de olho, foi evidenciado papilite nasal à esquerda. Foi iniciado tratamento com Aciclovir intravenoso 650mg, 8/8h, durante 10 dias. Após 48h do início do tratamento com Aciclovir, apresentou melhora progressiva, tanto das lesões de face, quanto da papilite, obtendo resolução completa em 10 dias de tratamento. Manteve o uso do Aciclovir via oral, até completar 14 dias.

Conclusão

Neurite óptica é uma rara complicação do Herpes Zoster Ocular (HZO), com uma incidência de 1,9%. A perda visual é variável, de leve a severa, fazendo-se importante o diagnóstico e tratamento precoce com Aciclovir endovenoso. Pode se apresentar com rash simultaneamente ou, semanas após, na forma de papilite ou neurite retrobulbar , além de ouras manifestações oculares, como uveíte anterior, ceratite, glaucoma secundário e síndrome do ápice orbitário. Nesse caso, a papilite ocorreu de forma isolada, o que é incomum na literatura.