Código
RC065
Área Técnica
Geral
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Instituto de Olhos Ciências Médicas
Autores
- LIVIA MARIA NEIVA PEREIRA (Interesse Comercial: NÃO)
- Júlia Carvalho Barbosa (Interesse Comercial: NÃO)
- Tereza Cristina Moreira Kanadani (Interesse Comercial: NÃO)
Título
ACHADO RARO DE BAIXA VISUAL EM CRIANÇA: BURACO MACULAR IDIOPATICO
Objetivo
Relatar um caso raro de buraco macular idiopático em criança e a importância de um diagnóstico precoce para um tratamento com melhor prognóstico.
Relato do Caso
Masculino, 9 anos, com baixa acuidade visual no olho esquerdo (OE) percebida há cerca de um ano. Nascido a termo, sem intercorrências gestacionais, sem história de trauma, cirurgias ou infecção ocular. Ao exame oftalmológico apresentou uma acuidade visual (AV) corrigida de 20/20 no olho direito e 20/100 no OE com posição de cabeça. À biomicroscopia apresentava em ambos os olhos córneas transparentes, câmara anterior sem reação inflamatória, íris trófica e cristalino translúcido. A fundoscopia do OE revelou disco óptico corado com escavação fisiológica, vítreo transparente, vasos de calibres habituais e lesão macular circular, profunda, sugestiva de buraco macular. Não foram encontrados no mapeamento de retina degenerações periféricas nem lesões que sugerissem etiologia inflamatória. A tomografia de coerência óptica do OE mostrou um buraco macular grau IV de espessura total com preservação de fotorreceptores associada a hiperreflectividade retrógrada. Indicada vitrectomia via pars plana com peeling de membrana limitante interna (IML).
Conclusão
O buraco macular é um defeito de espessura total na retina neural na fóvea. Os buracos maculares idiopáticos ocorrem mais comumente em adultos na 6ª a 7ª década. Em crianças são raros e geralmente associados a trauma. A cirurgia macular na população pediátrica tem desafios técnicos e de gestão, uma vez que é difícil definir quando houve a formação do buraco. Isso representa um problema ao tentar prever a presença de ambliopia e o potencial benefício visual que pode ser esperado da cirurgia. Segundo alguns estudos, o tratamento com vitrectomia via pars plana com peeling de IML resulta em significativas alterações anatômicas e funcionais. Complicações secundárias incluindo lacerações retinianas iatrogênicas e hemorragia vítrea, além de complicações tardias, incluindo catarata induzida por vitrectomia, devem ser consideradas com cuidado.
ANVISA: 25352012367201880