Sessão de Relato de Caso


Código

RC191

Área Técnica

Retina

Instituição onde foi realizado o trabalho

  • Principal: Hospital Universitario Antonio Pedro

Autores

  • FLAVIA BENCHIMOL FERRAZ (Interesse Comercial: NÃO)
  • RAUL NUNES GALVARRO VIANNA (Interesse Comercial: NÃO)
  • RAFAEL VALADARES DE SOUZA PENA (Interesse Comercial: NÃO)

Título

DRUSA DE PAPILA OCULTA UNILATERAL: UM RELATO DE CASO

Objetivo

Diagnosticar drusas de papila ocultas e diferenciar de outras afecções mais graves envolvendo o nervo óptico.

Relato do Caso

C. E. S. A., sexo masculino, 7 anos, apresentando dificuldade de aprendizado na escola e cefaléia esporádica de leve intensidade há 6 meses. Sem antecedentes oftalmológicos ou comorbidades prévias. Ao exame apresentava AV c/c de 20/20 em AO. Hirshberg, movimentação ocular extrínseca e biomicroscopia anterior sem alterações. Pressão intraocular de 10 mmHg em ambos os olhos. À fundoscopia observou-se bordas do disco óptico elevadas e imprecisas em OD enquanto disco óptico do OE encontrava-se fisiológico. Padrão vascular era normal para a idade, máculas livres e retinas aplicadas em AO. USG ocular demonstrou área de alta refletividade acústica em região do DO direito. TC de crânio confirmou calcificação à direita e descartou hipertensão intracraniana. Diante do quadro benigno, paciente teve alta com acompanhamento semestral.

Conclusão

As drusas de papila constituem uma das causas mais frequentes de pseudopapiledema, necessitando, por isso, especial atenção no diagnóstico diferencial com o verdadeiro edema de papila. São compostas de material calcificado de aspecto hialino na papila óptica, estão presentes em 0,3% da população e são bilaterais em 75% dos casos. Não há hiperemia do disco óptico, os vasos da superfície não estão ocultados e em 80% há pulsação venosa espontânea, contrastando com o papiledema. O padrão ouro para diagnóstico é o USG ocular, capaz de detectar calcificações pequenas ainda não visíveis na TC de crânio. São assintomáticas em fases iniciais, porém podem estar associadas a retinose pigmentar/estrias angióides ou apresentarem complicações como alterações campimétricas, neovascularização coroidal justapapilar (ou de disco) e oclusão de artéria/veia central da retina. Portanto, se torna imprescindível o diagnóstico correto e acompanhamento ambulatorial desses pacientes, tratando possíveis afecções relacionadas ou complicações da doença.

Promotor

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