Código
RC116
Área Técnica
Neuroftalmologia
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Centro de Estudos e Pesquisa Oculistas Associados (CEPOA)
Autores
- DAVI GOMES DOS ANJOS (Interesse Comercial: NÃO)
- RAFAEL CERQUEIRA ALVES (Interesse Comercial: NÃO)
- HENRIQUE MONTEIRO LEBER (Interesse Comercial: NÃO)
Título
PAPILEDEMA RESULTANTE DE TUMOR INTRACRANIANO EM UM PACIENTE COM QUEIXA DE MOSCAS VOLANTES
Objetivo
Relatar o caso de uma paciente com queixa de moscas volantes, acuidade visual 20/20 em ambos os olhos e papiledema no exame físico inicial. Foi encaminhada para avaliação neurológica e submetida a cirurgia após suspeita diagnóstica de meningioma em tomografia computadorizada.
Relato do Caso
Paciente A.L.G., feminina, 42 anos, com queixa de moscas volantes em ambos os olhos (AO) e cefaleia holocraniana há 2 semanas. Não referiu fatores de piora ou melhora, antecedentes oftalmológicos ou comorbidades clínicas. Ao exame clínico apresentava acuidade visual sem correção 20/20 em AO (Tabela de Snellen), biomicroscopia anterior sem alterações, tonometria 12/12mmHg, pupilas isocóricas, fotorreagentes e movimentação ocular preservada. O exame de fundoscopia evidenciava disco óptico com bordas imprecisas, aumento da tortuosidade e turgência vascular em AO, além de hemorragia peripapilar inferior de olho esquerdo. Diante de imagem de papiledema e sob suspeita clínica de hipertensão intracraniana, a paciente foi encaminhada com urgência para avaliação do serviço de neurocirurgia. Foi realizado exame de tomografia computadorizada de crânio que mostrou lesão expansiva (4,3 x 4,9 x 4,8cm) extra-axial junto à lâmina cribiforme, sugestiva de meningioma. A paciente foi submetida a cirurgia para retirada do tumor, tendo sido confirmado o diagnóstico em exame histopatológico. Como sequela, paciente apresentou perda do olfato, de caráter irreversível. Após controle da pressão intracraniana, paciente evoluiu com melhora do quadro visual e da cefaleia, além de diminuição do borramento papilar em exame de fundoscopia. Exame de campo visual manual e tomografia de coerência óptica realizados após a ressecção do tumor não apresentaram alterações. Acuidade visual mantida 20/20 em AO.
Conclusão
Mesmo diante de uma queixa comum e frequente como 'moscas volantes' é imprescindível a avaliação de todos os seguimentos oculares afim de se detectar sinais de maior gravidade e possibilitar a pronta conduta. Neste caso, a avaliação neurológica imediata foi decisiva para o bom prognóstico.
ANVISA: 25352012367201880