Sessão de Relato de Caso


Código

RC168

Área Técnica

Patologia Externa

Instituição onde foi realizado o trabalho

  • Principal: Clinica de Olhos Patricia Contarini

Autores

  • JULIANA LOBO FERNANDES (Interesse Comercial: NÃO)
  • Rejane Nigri (Interesse Comercial: NÃO)
  • Patricia Contarini (Interesse Comercial: NÃO)

Título

RELATO DE CASO: CONJUNTIVITE LENHOSA ACOMPANHADA POR 16 ANOS.

Objetivo

Relatar um caso de paciente portador de conjuntivite lenhosa, explorando as principais manifestações oculares.

Relato do Caso

M.F.C., 18 anos, masculino, pardo. Segundo filho de pais não consangüíneos e irmã saudáveis. Apresentou conjuntivite bilateral aos quatro meses de idade, que evoluiu com membranas em conjuntivas tarsais em ambos os olhos (AO), sendo mais densas em olho direito (OD). Tratado inicialmente com colírios de corticosteróide e antibiótico. Com um ano e sete meses realizou retirada de membranas e nos foi encaminhado. A dosagem de atividade funcional do plasminogênio foi de 48% (valor de referência: 75-135%). A histopatologia foi compatível com diagnóstico de conjuntivite lenhosa. Aos 2 anos e 6 meses realizamos exérese de membranas de OD (fig.1) sob narcose com instilação per e pós-operatória de colírio de ativador de plasminogênio 250g/ml de hora em hora. Evoluiu com bom controle da doença. O estudo genético do gen do plasminogênio demonstrou três mutações heterozigóticas: K19E (A188G) no exon 2, C133X (C458A) no exon 5 e R234H (G834A) no exon 7. Apresentava também polimorfismos: Cys238 (847C→T), Phe295 (1018C→T), Gln342 (1159A→G) e intronpolimorfismo no Intron F (T-14/G) de uma forma homozigótica. Em 2019 apresentou recidiva da doença após meibomite aguda. Ao exame, AV de 1,0 com correção em AO. Biomicroscopia: OD = fibrose em conjuntivas tarsais superior e inferior. OE = membrana espessa branco-amarelada aderidas à conjuntiva tarsal superior (fig.2).

Conclusão

A conjuntivite lenhosa é uma condição rara de conjuntivite crônica caracterizada pelo aparecimento de pseudomembranas nas conjuntivas. Estudos relacionam a doença com a deficiência da atividade de plasminogênio. Manipulações mecânicas das membranas resultam em sangramento e recidivas das lesões, devendo ser evitadas. A literatura é escassa em relação aos tratamentos. É sugerido o tratamento venoso ou tópico com o fator deficiente. Os autores enfatizam que exames laboratoriais e estudo genético molecular são fundamentais no diagnóstico, tratamento e aconselhamento genético.

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