Código
RC282
Área Técnica
Uveites / AIDS
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)
Autores
- DEBORA LETICIA SOUZA ALVES (Interesse Comercial: NÃO)
- DANILO HENRIQUE SOUZA ALVES (Interesse Comercial: NÃO)
- ALEXANDRE GROBBÉRIO PINHEIRO (Interesse Comercial: NÃO)
Título
UVEITE ANTERIOR POR EXPOSIÇAO OCULAR A SEIVA DA PLANTA EUPHORBIA MILII
Objetivo
Descrever um caso de uveíte causada pela seiva da planta Euphorbia milii, a popular “coroa de cristo”.
Relato do Caso
Paciente do sexo masculino, 64 anos, com queixa de dor ocular, fotofobia, lacrimejamento e turvação visual em olho esquerdo há 10 dias, após contato com a seiva leitosa da planta “coroa de cristo” enquanto realizava poda da mesma em sua residência. Paciente sem doença ocular prévia. Portador de hipertensão arterial sistêmica com bom controle clínico. A acuidade visual (AV) no olho direito (OD) era 20/20 e em olho esquerdo (OE) 20/200. A biomicroscopia de OD era normal. Em OE, percebeu-se injeção ciliar, edema de córnea, precipitados ceráticos finos, flare e reação de câmara anterior (RCA) de 3+/4. A coloração com fluoresceína não revelou ulceração corneana, apenas ceratite puntata inferior. A pressão intraocular(PIO) era de 18mmHg em OD e 28mmHg em OE. O vítreo era claro e nenhuma anormalidade grosseira foi observada na fundoscopia de ambos os olhos. Foi prescrito tratamento com Prednisolona e Tropicamida em colírios tópicos. Paciente evoluiu com melhora das queixas e resolução da inflamação ocular no período de 3 semanas com AV de 20/20 e PIO 20 em OE.
Conclusão
Este relato traz à tona a importância de se alertar a população sobre as características tóxicas e o risco de exposição para o globo ocular da planta Euphorbia milii, a popular “coroa de cristo”. O gênero de plantas Euphorbia contém uma seiva leitosa que pode ser tóxica para os olhos. O espectro de acometimento oftalmológico envolve a conjuntivite, a ceratite e a uveíte. Os sintomas geralmente pioram de várias horas a dias após a exposição e o processo inflamatório é caracteristicamente autolimitado. No caso apresentado, a evolução e o resultado visual final foram favoráveis. O tratamento de suporte foi importante para diminuição das queixas do paciente bem como para abreviação do processo inflamatório.
ANVISA: 25352012367201880