Código
RC231
Área Técnica
Retina
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Universidade Federal Fluminense (UFF)
Autores
- VICTOR JINICHI NISHIYAMA ALVES (Interesse Comercial: NÃO)
- PEDRO MONNERAT TAVARES (Interesse Comercial: NÃO)
- Eduardo França Damasceno (Interesse Comercial: NÃO)
Título
RETINOPATIA HIPERTENSIVA MALIGNA EM ADOLESCENTE COM LUPUS
Objetivo
A retinopatia hipertensiva é o conjunto de alterações no sistema vascular da retina causada pelo aumento da pressão arterial sistêmica. Na fase aguda da hipertensão arterial maligna podem ocorrer hemorragias retinianas, exsudatos duros, machas algodonosas e até mesmo neuropatia óptica hipertensiva, caracterizada pelo edema de papila. O objetivo deste trabalho é relatar um caso atípico de retinopatia hipertensiva maligna em um adolescente internado no Hospital Universitário Antônio Pedro.
Relato do Caso
Paciente negro, 13 anos, sexo masculino, internado na Enfermaria de Pediatria, em investigação para síndrome nefrítica com componente nefrótico, apresentando hipertensão arterial de difícil controle, com queixas de cefaleia e turvação visual. Biomicroscopia: edema periorbital, conjuntivas sem hiperemia, córneas transparentes, câmara anterior ampla, reflexo fotomotor preservado em ambos os olhos Fundoscopia: edema de papila bilateral, hemorragias retinianas peripapilares, exsudatos duros e algodonosos em região macular O paciente foi submetido a rigoroso controle pressórico com Nipride em bomba infusora, associado a losartana, hidralazina e enalapril via oral, além de uma avaliação laboratorial completa para uma causa secundária de hipertensão arterial. Posteriormente foi diagnosticado com Lúpus devido a presença dos seguintes critérios: proteinúria > 500mg em 24h, pleurite, FAN +, Anti-DNAds +, Anti-SM +; e iniciado pulsoterapia com metilprednisona, apresentando melhora gradual dos sintomas e das alterações fundoscópicas (imagem 1: 1 semana após pulsoterapia e imagem 2: 8 semanas após o tratamento)
Conclusão
Lúpus é uma doença autoimune de origem idiopática mais frequente no sexo feminino com predomínio dos 15 aos 30 anos, podendo acometer qualquer órgão ou sistema. No presente casos, trata-se de um paciente masculino jovem, que desenvolveu uma hipertensão arterial secundária devido ao cometimento renal, que ocasionou os sintomas e as alterações oftalmológicas. O diagnóstico precoce foi essencial para o direcionamento terapêutico e o bom desfecho final.
ANVISA: 25352012367201880