Sessão de Relato de Caso


Código

RC267

Área Técnica

Uveites / AIDS

Instituição onde foi realizado o trabalho

  • Principal: Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Pernambuco

Autores

  • LIDIA GUEDES BEZERRA (Interesse Comercial: NÃO)
  • MIRELLA LINS MATOS (Interesse Comercial: NÃO)
  • ANA PAULA LIRA E CÉSAR DA CUNHA (Interesse Comercial: NÃO)

Título

NECROSE RETINIANA AGUDA: RELATO DE CASO

Objetivo

Relatar caso de Necrose Retiniana Aguda em adolescente imunocompetente no Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Pernambuco.

Relato do Caso

Paciente, masculino, 13 anos, com queixa de dor em olho esquerdo (OE) associado a baixa da acuidade visual há 01 dia. Ao exame apresentava acuidade visual de 20/20 em olho direito e percepção luminosa em OE. Biomicroscopia de OE observava-se conjuntivas hiperemiadas e precipitados ceráticos granulomatosos. Fundoscopia do olho direito era normal e em OE apresentava vitreíte 3+/4, infiltrado retiniano nos quatro quadrantes com áreas de hemorragia. Ultrassonografia ocular evidenciando descolamento total de retina e de vítreo, com impregnação da hialoide. Sorologias para sífilis, HIV e citomegalovírus negativas. Hemograma e radiografia de tórax sem alterações. Sorologias para Herpes simples e Herpes zoster IGG reagentes. Fez uso de aciclovir endovenoso por 14 dias associado a prednisona 40mg/dia com desmame semanal. Mantém acompanhamento no ambulatório de uveítes em uso de aciclovir 800mg 5x/dia e prednisona em desmame, apresentando acuidade visual de movimento de mãos.

Conclusão

Necrose retiniana aguda (NRA) é uma infecção retiniana caracterizada por retinite necrotizante, vasculopatia oclusiva e inflamação da câmara anterior e vítreo. A etiologia da NRA é decorrente da infecção por Herpesviridae, sendo o mais comum o vírus varicela zoster, seguido pelo vírus herpes simples tipos 1 e 2. Os pacientes comumente desenvolvem descolamento de retina, resultando em um mau prognóstico visual. O diagnóstico é baseado no exame clínico e o tratamento não deve ser atrasado em um caso típico. O diagnóstico definitivo pode ser feito com reação em cadeia da polimerase (PCR) de humor aquoso obtido da paracentese da câmara anterior. O tratamento tipicamente consiste em terapia antiviral sistêmica com aciclovir intravenoso ou valaciclovir por via oral, ganciclovir intravítreo e/ou foscarnet em casos graves, além da associação com esteróides orais. A profilaxia pode ser útil a fim de evitar bilateralidade do quadro.

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