Título

MACROADENOMA HIPOFISÁRIO: UM DESAFIO DIAGNÓSTICO

Objetivo

Apontar a importância de um acurado diagnóstico dos adenomas hipofisários ao considerar alterações clínicas e campimétricas.

Relato do Caso

RDSA, 37 anos, homem, natural e residente de Belo Horizonte (MG), procurou o serviço da Fundação Hilton Rocha (FHR). Há um ano, relatava baixa acuidade visual em olho esquerdo (OE) associado a episódios de cefaleia. Ao exame, apresenta avcc 20/20 em olho direito (OD) (+1.00 -1,25x95º) e conta dedos à 1 metro em OE, quanto aos reflexos pupilares, observou-se que o fotomotor direto de OD não apresentava alteração, enquanto que, em OE, foi constatado defeito pupilar aferente relativo. Na avaliação do reflexo fotomotor indireto, observou-se pupila hiporreagente em OD que não foi vista em OE. A fundoscopia ocular evidenciava discos ópticos com palidez temporal. Sendo assim, foi solicitado: campo visual computadorizado, ressonância magnética de crânio e exames laboratoriais para avaliação de função da hipofisária, além disso, o paciente foi encaminhado ao departamento de neuroftalmologia da FHR. Na consulta de retorno, foi detectada, através da ressonância magnética, lesão volumosa e expansiva em sela túrcica que se estendia lateralmente para ambos os seios cavernosos, resultando em compressão do quiasma óptico. Pela campimetria computadorizada (Humphrey 24-2), foi observado, em OD, escotomas no quadrante temporal superior e, em OE, hemianopsia temporal. Na avaliação tireoidiana, detectou-se: T4 livre 0,44 ng/dL (VR 0,78 a 2,19), LH 0,85 um/mL (VR 1,5 a 9,3) e cortisol 25,2 (VR<2,0). Portanto, após discussão com equipe da neurocirurgia do Hospital das Clínicas de Belo Horizonte, iniciou-se levotiroxina 100 mcg, reposição de testosterona em regime ambulatorial e, posteriormente, foi indicada neurocirurgia eletiva a fim de preservar visão de OD devido risco de crescimento tumoral.

Conclusão

O caso ilustrou a importância de confrontar dados clínicos e campimétricos para diagnose e condução do paciente pelo Oftalmologista que, geralmente, é o primeiro profissional procurado pelos portadores de adenoma hipofisário.