Código
RC098
Área Técnica
Neuroftalmologia
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Liga Acadêmica de Oftalmologia da PUCPR
Autores
- THAIS TELES SOARES KONDO (Interesse Comercial: NÃO)
- MARIANA VIOLETITA CARARO MARTINS (Interesse Comercial: NÃO)
- FERNANDO EIJI OGATA (Interesse Comercial: NÃO)
Título
AS IMPLICAÇOES NEUROFTALMOLOGICAS DE UMA MALFORMAÇAO VASCULAR DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL
Objetivo
Este relato de caso visa avaliar as repercussões do cavernoma do II par craniano,além de contribuir para a literatura nacional,pois não há casos semelhantes a este de ciência dos autores.
Relato do Caso
Paciente feminino, 59 anos,diagnosticada com cavernoma frontal parassagital direito em relação com o giro reto e na cisterna supraselar à direita. Abre a sintomatologia,aos 21 anos,com perda visual gradual do olho direito(OD). Em 2009,enxergando apenas estímulos luminosos em OD,foi submetida à ressecção parcial via transesfenoidal da lesão paraselar à direita,identificando lesão benigna vascular composta por vasos de forma e calibre irregulares,alguns trombosados com fibrose focal das paredes e com sinais de hemorragia. Após a intervenção,relatou perda total da visão. Foi mantido seguimento radiológico,evidenciando-se crescimento da lesão com repercussões clínicas. Em 2012,a ressonância magnética(RNM)de encéfalo exibiu lesão sólida junto ao quiasma e trato óptico à direita, com sinal heterogêneo de hemossiderina periférica e em focos centrais. À campimetria computadorizada,de 2018,apresentou escotomas absolutos nos quatro quadrantes,associado a aumento da mancha cega em olho esquerdo.
Conclusão
O cavernoma é uma malformação vascular do sistema nervoso central(SNC), de incidência baixa: cerca de 7% das malformações vasculares e 0,5% das lesões de SNC. Acomete,em geral,mulheres de 30 a 40 anos; contudo,pode incidir dos 9 meses aos 90 anos de idade. Tem traço familiar em 20% dos casos,sendo o restante de aparecimento eventual. Quanto à localização,70% são supratentoriais,25% infratentoriais e 5% em medula espinhal. O anatomopatológico revela vasos dilatados formados por endotélio e fibrose,sem tecido neural ou glial entre os vasos que formam a lesão. Na RNM há depósitos de hemossiderina no parênquima. O tratamento precoce com ressecção total da lesão evita sequelas funcionais consideráveis. Apesar de se tratar de uma doença infrequente,deve ser descartada a presença de cavernoma do II par craniano em casos de apoplexia quiasmática ou deficiência visual
ANVISA: 25352012367201880