Título

SINDROME DA ENCEFALOPATIA POSTERIOR REVERSIVEL (PRES): RELATO DE CASO EM MULHER JOVEM NO PUERPERIO

Objetivo

Síndrome da encefalopatia posterior reversível (PRES) é uma rara condição associada à cefaléia, mudanças abruptas da pressão arterial e alterações visuais. O atraso no seu diagnóstico e tratamento pode estar associado a sequelas neurológicas ou à morte. O objetivo do trabalho é relatar um caso de PRES ocorrido com uma mulher jovem no puerpério tardio em fevereiro de 2019, no Hospital Central do Exército.

Relato do Caso

D.N.G., feminina, 19 anos, primípara, previamente hígida, gestante de 40 semanas, sofreu acidente automobilístico com uso de cinto de segurança, sem relato de traumatismo craniano. Foi realizado parto cesáreo 24h após o trauma. A paciente evoluiu com insuficiência renal aguda grave por hipovolemia causada por hemorragia grave, sendo necessário realizar terapia dialítica. Vinte dias após o acidente a paciente apresentou boa evolução clínica, recuperação da função renal e estava em condições de alta do cti, quando apresentou, subitamente, baixa visual importante bilateralmente, associada à cefaléia moderada, sem outros sinais de localização neurológica. Ao exame apresentava: Acuidade Visual Sem correção: Percepção luminosa em AO Ausência de percepção de cores Pupilas isocóricas e fotoreagentes com reflexos Pupilares Diretos e consensuais preservados em AO Motilidade Ocular Extrínseca: normal em AO Biomicroscopia: sem alterações em AO Tonometria: 12/12mmHg Fundoscopia: Discos ópticos de contornos nítidos, escavação fisiológica e coloração rósea. Mácula com brilho foveal em ambos os olhos. Arcabouço vascular preservado. Periferia sem alterações e retina aplicada. Realizada tomografia de crânio de urgência devido à cefaléia e baixa visual súbita, que foi normal. Realizada RM de Crânio de urgência, que revelou edema vasogênico em córtex parieto-occipital bilateral. A paciente evoluiu com 2 crises convulsivas, controladas.

Conclusão

A paciente foi tratada com controle rigoroso da pressão arterial, anticonvulsivantes e não foi administrado corticóide sistêmico. Ela evoluiu, em 10 dias, com recuperação total da visão, 20/20 de visão final.