Código
RC095
Área Técnica
Oncologia
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Clínica Oftalmológica do Hospital Geral de Fortaleza
Autores
- ANTONIO LUCAS OLIVEIRA CORREIA (Interesse Comercial: NÃO)
- JOSE EDISO DA SILVA TAVARES NETO (Interesse Comercial: NÃO)
- FERNANDO QUEIROZ MONTE (Interesse Comercial: NÃO)
Título
CARCINOMA ESPINOCELULAR DE CONJUNTIVA COM INVASAO INTRAOCULAR: RELATO DE CASO
Objetivo
Descrever um caso de invasão intraocular de carcinoma espinocelular de conjuntiva.
Relato do Caso
Paciente 68 anos, com história de tumor ocular exofítico. Encaminhada peça cirúrgica para anatomopatologia, desta forma não sabemos detalhes da história clínica. À macroscopia, observamos massa medindo 3,8 x 4,0 x 3,3cm na qual se vê pálpebras e globo ocular, aparentemente sem comprometimento palpebral. Globo ocular medindo 2,2 x 2,1cm. Massa escura intraocular ocupando quase a totalidade da câmara anterior. À microscopia, observamos pálpebras e fundo de saco conjuntival sem alterações. Na conjuntiva bulbar e no limbo, se extendendo para a córnea, há acantose acentuada com perda da polarização, atipias, figuras de mitose, disceratose com formação de pérolas córneas, invadindo a esclerótica em um dos lados; no outro lado, vemos massa na base da íris, invandindo corpo ciliar e parcialmente a coroide.Presença de hemorragia intracoróide e vítrea. Retina totalmente descolada. Não há invasão da órbita. Conclusão: carcinoma espinocelular da conjuntiva com invasão intraocular; estadiamento patológico T3NXMX.
Conclusão
O carcinoma de células escamosas (CEC) é a neoplasia conjuntival maligna mais comum, com uma incidência estimada em 1 a 2,8 casos por 100.000 habitantes. Caracteriza-se por uma neoplasia localizada, de crescimento insidioso, invasão local geralmente superficial; embora exista a possibilidade de invasão de estruturas adjacentes. Nos raros casos em que há invasão intraocular, esta ocorre ao nível do limbo, que parece ser um local de menor resistência. Outras vias de invasão incluem os espaços perivasculares e ao longo dos nervos ciliares anteriores. Devido à raridade da neoplasia e ao seu crescimento insidioso, poucos são os casos descritos de invasão intraocular, permanecendo as características de disseminação e comportamento histopatológico após a invasão pouco conhecidos.